quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Moro aceita denúncia e Palocci vira réu por corrupção e lavagem de dinheiro

Moro aceita denúncia e Palocci vira réu na Lava Jato | Foto:  Antonio Cruz / ABr / CP Memória
Moro aceita denúncia e Palocci vira réu na Lava Jato | Foto: Antonio Cruz / ABr / CP Memória

Com Estadão Conteúdo

O juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia contra o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). Palocci é réu por corrupção e lavagem de dinheiro. Também são acusado Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro relacionados à obtenção, pela Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobrás.
Palocci foi preso na Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, em 26 de setembro. Para os procuradores, o codinome "Italiano" em planilhas de propina da Odebrecht é Antonio Palocci. Segundo Moro, ‘há razões fundadas para identificar Antônio Palocci Filho como a pessoa identificada pelo codinome “Italiano” no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht’.
“Entre elas, a referida planilha apreendida que retrata, sob o título “Posição Programa Especial Italiano”, os pagamentos e compromissos de pagamentos de vantagem indevida pelo referido grupo empresarial a agentes do Partido dos Trabalhadores entre 2008 a 2013, as mensagens eletrônicas nas quais executivos do Grupo Odebrech discutem a respeito da interferência de “Italiano” em seu favor junto ao Governo Federal e os registros na contabilidade subreptícia de pagamentos de valores a “Italiano”, afirmou o magistrado na decisão.
A Omertà identificou que, entre 2006 e 2015, o ex-ministro estabeleceu com altos executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal’. Neste esquema, segundo a denúncia, a interferência de Palocci se dava mediante o pagamento de propina, destinada majoritariamente ao Partido dos Trabalhadores (PT).
A Procuradoria sustenta ainda que Palocci atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobrás. A acusação do Ministério Público Federal aponta que o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, ‘que prestavam serviços de publicidade eleitoral em diversas campanhas do Partido dos Trabalhadores, teriam recebido, conscientemente e sob a supervisão de Antônio Palocci Filho, parte dos pagamentos das propinas a título de remuneração dos aludidos serviços’.
Ainda segundo a denúncia, também houve pagamento de propinas pela Odebrecht em contratos celebrados com a empresa SeteBrasil para fornecimento de sondas para utilização pela Petrobrás na exploração do petróleo na camada de pré-sal. Um dos delatores da Lava Jato, o ex-gerente executivo da estatal Pedro Barusco afirmou que a Petrobrás lançou licitação, em cujo formato teria Antônio Palocci Filho influenciado, para o afretamento de vinte e uma sondas para exploração do pré-sal no Brasil.
Os réus: 
• Antônio Palocci Filho;
• Brasnilav Kontic;
• Eduardo Costa Vaz Musa;
• Fernando Migliaccio da Silva;
• Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho;
• João Carlos de Medeiros Ferraz;
• João Cerqueira de Santana Filho;
• João Vaccari Neto;
• Luiz Eduardo da Rocha Soares;
• Marcelo Bahia Odebrecht;
• Marcelo Rodrigues;
• Monica Regina Cunha Moura;
• Olívio Rodrigues Júnior;
• Renato de Souza Duque; e
• Rogério Santos de Araújo.