sábado, 24 de setembro de 2016

Vídeo mostra mulher de Scott dizendo à polícia que ele não estava armado



Rakeyia Scott - Reprodução 'New York Times'
Com O Globo e agências internacionais

CHARLOTTE — Um vídeo de celular feito pela mulher de Keith Scott mostra os momentos antes e depois de sua morte a tiros pela polícia em Charlotte, na Carolina do Norte. A gravação inclui os apelos de Rakeyia Scott para para os agentes não matarem o marido, dizendo que ele não estava armado. A morte de Scott, um homem negro de 43 anos, provocou três dias consecutivos de protestos e elevou as tensões raciais nos Estados Unidos.

Cedido ao jornal “New York Times” pelos advogados da família nesta sexta-feira, o vídeo não inclui imagens do momento exato do tiro. Também não responde à questão crucial se Scott tinha uma arma, conforme foi sustentado pela polícia — a família nega, alegando que ele tinha um livro.

“Não atire nele. Não atire nele. Ele não tem nenhuma arma. Ele não tem nenhuma arma. Não atire nele”, disse Rakeyia na gravação.

Logo depois, é possível ouvir a polícia pedindo para ele não atirar e largar a arma: “Não atire. Largue a arma. Largue a porra da arma”.

Justin Bamberg, um dos advogados da família, disse em uma entrevista nesta sexta-feira que o vídeo não provou que o tiroteio foi justificado ou injustificado, de acordo com o “NY Times”.

Em vez disso, ofereceu “um outro ponto de vista” do incidente. Ele disse ainda esperar que o Departamento de Polícia divulgue seu próprio vídeo, algo que os manifestantes vêm exigido desde a morte de Scott, na terça-feira.


Imagens divulgadas pela polícia mostram o que seria uma arma perto de Scott, enquanto um quadro da imagem da mulher não msotra qualquer objeto do tipo.


Imagem revelada pela polícia (esquerda) mostra suposta arma com Scott, o que não aparece em vídeo divulgado pela mulher dele - Reprodução

Na quinta-feira, a polícia aceitou mostrar aos pais as imagens de Scott sendo morto. A prefeita reforçou o apelo pela divulgação do vídeo:

— Gostaria que o vídeo fosse tornado público — declarou nesta sexta-feira a prefeita de Charlotte, Jennifer Roberts, falando à CNN, destacando, no entanto, que não tem autoridade para exigir que isso seja feito. — Queremos nos assegurar, por exemplo, de que não modifiquemos o ponto de vista das testemunhas sobre o que se passou. Temos um passado de desigualdades raciais. E trabalhamos duro nesta cidade para sanar essa brecha.