terça-feira, 13 de setembro de 2016

Temer: iniciativa privada deve induzir desenvolvimento e emprego


Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, bate continência para o presidente Michel Temer na reunião conselho do PPI - Jorge William/Agência O Globo



Governo realiza primeira reunião do Programa de Parceria de Investimento


O governo federal realiza nesta terça-feira a primeira reunião do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), lançando o projeto de concessões e privatizações chamado “Crescer - construindo um Brasil de oportunidades”. Segundo documento distribuído antes da reunião entre ministros com o presidente Michel Temer, o projeto busca reerguer a segurança jurídica e dar estabilidade regulatória, “além de modernizar a governança para criar o ambiente propício à concretização dos investimentos privados”.

Na abertura da reunião, o presidente Temer destacou a capacidade dos projetos em gerar empregos no país. Segundo ele, concluiu-se já no passado que em diversos setores da infraestrutura deveria se transferir em definitivo ou em modo de concessão projetos à iniciativa privada.

— O poder público não pode fazer tudo. Ele tem de ter a presença da iniciativa privada, como agente indutor do desenvolvimento e produtor de empregos no país — disse Temer.

— A reunião de hoje tem como objetivo central a produção de empregos no país. A ideia básica deste Programa de Parcerias e Investimentos, em primeiro lugar, é o crescimento econômico do país. A consequência natural é o emprego — declarou o presidente, mencionando "abertura extraordinária" ao setor privado.

Temer citou que a emissão de decretos e Medidas Provisórias serão debatidas entre os ministros na reunião do PPI, como formas de acelerar os investimentos.

O objetivo é destravarmos o processo de concessão e melhoria na infraestrutura brasileira — disse Moreira Franco, secretário-executivo do PPI.

Segundo documento oferecido a jornalistas antes da reunião, serão oferecidos à iniciativa privada “projetos técnica e economicamente factíveis, elaborados para melhorar a qualidade do serviço prestado, e um portfólio administrado com transparência máxima, governança eficiente e sob a liderança da Presidência da República”.

Na lista de projetos a serem concedidos, estão os 25 revelados na edição desta terça-feira do GLOBO com aeroportos, portos, ferrovias, rodovias, energia elétrica, petróleo e mineração, além de saneamento básico.

Seis autoridades participação de entrevista coletiva após a reunião do PPI, sendo elas Maria Silvia Bastos, presidente do BNDES, Paulo Caffarelli, do BB, Giberto Occhi, da Caixa, e os ministros Maurício Quintella, dos Transportes, e Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia, além de Moreira Franco.

PROJETOS DE CONCESSÃO

Duas semanas depois de efetivado na Presidência, o governo Temer lança 25 projetos para concessão, além de venda de ativos públicos. Os projetos, de áreas como mineração, rodovias, aeroportos, energia e saneamento básico, devem chegar ao mercado em aproximadamente um ano. Desta vez, o BNDES não será o único financiador dos empreendimentos: participarão também Banco do Brasil, Caixa e bancos privados, além do Fundo de Investimento do FGTS.

O programa, batizado de "Crescer", promete "indicadores claros" em todos contratos; publicação de todos os editais em português e inglês; lançamento dos editais somente após debate público e crivo do Tribunal de Contas da União; prazo mínimo do edital aumentado para cem dias; necessidade de comprovação de viabilidade ambiental para os projetos.

Entre os objetivos do governo com as concessões estão reaquecer a economia e aumentar a receita com a cobrança de outorgas. Desde que assumiu a Presidência interinamente, em 12 de maio, Temer tem deixado claro a disposição em fortalecer negócios com o setor privado. Na chefia da secretaria Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) está Moreira Franco, seu aliado próximo. Temer preside o conselho do PPI, que tem ministros e presidentes da Caixa e do BB, além de agências reguladoras.