segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Economia encolheu 0,09% em julho nas contas do BC


Crise de consumo é parte do cenário da recessão. Em Copacabana, muitas lojas estão fechadas - Custódio Coimbra/Agência O Globo


Gabriela Valente - O Globo


IBC-Br é considerado uma prévia do PIB; resultado veio pior do que a expectativa

A esperada retomada do crescimento ainda não se configurou. Nas contas do Banco Central, a economia encolheu 0,09% em julho. O dado frustrou as expectativas dos especialistas do mercado financeiro que apostavam numa alta de 0,25% do IBC-Br, o índice calculado pela autoridade monetária.A queda veio após a expansão de 0,37% em junho, o que poderia indicar os primeiros sinais de recuperação da atividade.

Durante todos os meses de 2016, o índice ficou no campo negativo com exceção de dois: junho e abril. A expectativa dos economistas do mercado financeiro era que — após o afastamento da presidente Dilma Rousseff — os indicadores passassem a ficar no azul. No ano, os dados do Banco Central mostram que a economia encolheu nada menos que 5,53%.

O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.

O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).

Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.