A participação de José Carlos Bumlai une todos os grandes escândalos da era PT. O caso do pecuarista, que é amigo de Lula, tem relação com personagens e fatos ocorridos há quase 15 anos. Bumlai foi condenado nesta quinta-feira a 9 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira.
O pecuarista pegou um empréstimo de R$ 12 milhões para quitar dívidas do PT em 2004. Era uma emergência. De acordo com a investigação, Silvio Pereira e Delúbio Soares tinham procurado antes o publicitário Marcos Valério, que não pôde ajudar e sugeriu que a operação fosse feita por alguém mais próximo ao partido. A movimentação foi rastreada. Bumlai tomou o dinheiro e metade do montante foi para o empresário Ronan Maria Pinto.
Aí, a história fica mais complicada. Em delação, Valério conta que Ronan estaria extorquindo o PT para não revelar segredos. O publicitário não diz tudo, mas a suspeita é que a informação tenha a ver com a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrida há 14 anos.
Os escândalos vão se juntando. O valor do empréstimo tomado no Banco Schahin chega a R$ 50 milhões e é quitado com um contrato maravilhoso na Petrobras. Sem concorrência, o grupo Schahin passa a gerir o navio-sonda Vitoria 10000, um negócio de mais de R$ 1 bi. O procedimento desrespeitou as boas práticas para fazer um negócio desse tamanho. A decisão foi tomada por um grupo pequeno de pessoas na Petrobras com base em estimativas superestimadas.
O pecuarista, portanto, está relacionado a vários e diferentes escândalos. O caso de Bumlai, agora condenado, liga o petrolão ao mensalão, passando por Ronan Maria Pinto, do caso Celso Daniel.
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