terça-feira, 2 de agosto de 2016

Queiroz Galvão recebeu quase R$ 4 bilhões do governo corrupto da dupla Lula-Dilma em 13 anos

Dyelle Menezes - Contas Abertas
A Polícia Federal realiza a 33ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta terça-feira (2), que tem como alvo principal dirigentes e funcionários da construtora Queiroz Galvão. A construtora recebeu quase R$ 4 bilhões do governo federal de 2004 pra cá. Em alguns anos, o valor repassado chegou a mais de meio bilhão.
Policia-Federal-Lava-JatoO valor foi levantado pelo Contas Abertas no Portal da Transparência do Ministério de Transparência, Fiscalização e Controle, antiga Controladoria Geral da União, que está atualizado até maio deste ano.
Em valores correntes, o ano de maior desembolso para a empreiteira foi 2012, quando R$ 518,9 milhões saíram do governo federal para os cofres da Queiroz Galvão. A maior parcela dos recursos serviu para obras de adequação e manutenção de trechos rodoviários em contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
Depois do pico de 2012, a verba recebida pela empreiteira diminuiu no exercícios posteriores. O recursos repassados para a construtora somaram R$ 508,3 milhões em 2013, R$ 250,2 milhões em 2014 e R$ 447,2 milhões em 2015.
Apesar de estar no centro do furação “Lava Jato”, a Construtora Queiroz Galvão já recebeu R$ 131 milhões do governo federal (excluídas as empresas estatais) em 2016. Atualmente os recursos destinados à empresa dizem respeito à construção da segunda ponte sobre o Rio Guaíba e acessos, no Rio Grande do Sul.
Convém ressaltar que, apesar das diversas investigações relacionadas à empresa, não há, até o momento, qualquer restrição para que a empreiteira possa manter seus contratos com o governo, os quais podem inclusive ser aditivados. O impedimento só ocorreria se a empreiteira fosse considerada inidônea pelo governo federal, o que não aconteceu.
Cartel
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Queiroz Galvão integrou cartel para fraudar licitações da Petrobras. O cartel, conforme as investigações, maximizou os lucros das empresas privadas e gerou prejuízos bilionários para a estatal.
As investigações mostram que os executivos da empresa pagaram cerca de R$ 10 milhões em propina para funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento da Petrobras.
Existem indícios de que milhões de dólares também foram transferidos por meio de contas secretas no exterior, segundo o MPF. Os pagamentos indevidos teriam sido feitos tanto pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip.
“A hipótese tem por base depoimentos de colaboradores e comprovantes de repasses milionários feitos pelo trust Quadris, vinculado ao Quip, para diversas contas, favorecendo funcionários da Petrobras”, segundo o MPF.
Operação Resta Um
Batizada de “Resta Um”, a ação cumpre 32 mandados judiciais: dois de prisão preventiva, um de prisão temporária, seis de condução coercitiva (quando a pessoas é levada para depor) e 23 de busca e apreensão.
O ex-presidente da construtora Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho e o ex-diretor da empreiteira Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos preventivamente no Rio de Janeiro. Não há prazo para que sejam liberados. Os dois já tinham sido detidos na 7ª fase da Lava Jato e tinham sido soltos por determinação da Justiça.
Há ainda um mandado de prisão temporária (por cinco dias) para Marcos Pereira Reis, ligado ao consórcio Quip, que tinha a Queiroz Galvão como acionista líder. Reis está no exterior, segundo a PF.