Michael Phelps conquistou de vez o público no Brasil. A cada aceno, a cada lágrima, a cada sorriso, a massa respondia com gritos e palmas. Nesta terça-feira, ele foi aplaudido de pé por todos os presentes. Beijou sua mulher, pegou seu filho Boomer no colo e aumentou seus números olímpicos, que parecem inalcançáveis para qualquer outro atleta. "Eu não estou acreditando", disse.
Com um desempenho fantástico, ele continuou sua saga em busca de recordes. Ontem, ele conquistou mais duas medalhas para sua coleção, ambas douradas, nos 200 m borboleta e no revezamento 4 x 200 m livre, prova que conquistou o tetracampeonato olímpico. O nadador norte-americano acumula agora 25 medalhas, sendo 21 de ouro, duas de prata e duas de bronze.
Na piscina do Estádio Aquático, ele vem ampliando suas façanhas. Sempre que o locutor anuncia seu nome para uma prova, todos vibram, independentemente de serem norte-americanos. A popularidade do atleta ultrapassa fronteiras e ele, após bater a mão à frente dos rivais, comemora com muita vibração diante do público.
Ontem à noite, nadou duas vezes. A primeira, nos 200 m borboleta, foi a primeira vitória individual dele no Rio. O resultado foi bastante significativo para ele, pois em Londres ele perdeu o ouro para o sul-africano Chad Le Clos e ficou com a prata.
Nos primeiros 50 metros da disputa, Phelps virou em segundo, atrás de Laszlo Cseh, da Hungria. Na metade da prova ele assumiu a ponta e foi abrindo vantagem na terceira parte. Virou na dianteira para os últimos 50 metros, com Le Clos em sua cola. No final, ganhou por uma diferença mínima do japonês Msato Sakai.
Já o revezamento 4 x 200 m livre começou pouco mais de uma hora depois da conquista de seu ouro. Antes, ele teve inclusive de ir ao pódio receber sua premiação. Enquanto esperava a entrega, aproveitava para se alongar para a prova que viria pouco depois. Se mostrava bastante emocionado, com os olhos cheios de lágrimas. Depois foi se preparar para entrar em ação.
As medalhas de Phelps no Rio
Phelps foi o quarto a entrar na água. Ryan Lochte entregou para ele com uma confortável vantagem de quase dois segundos para os japoneses. O norte-americano parecia não sentir o cansaço e até ampliou a vantagem. Nos últimos 50 metros, os torcedores se levantaram e viram mais um ouro da lenda.
Quem também continua fazendo história no Rio de Janeiro é a norte-americana Katie Ledecky. Ontem, ela ganhou mais um ouro, desta vez nos 200 m livre. Ela marcou 1min53s73, à frente da favorita sueca Sarah Sjostrom, que anotou 1min54s08.
"A minha estratégia é sempre bater a mão no bloco antes das outras adversárias", brincou. Nas semifinais, ela ficou atrás da sueca, mas sabia que poderia ir melhor na decisão. "É sempre a final que conta", explicou a atleta, que pode repetir um feito que não ocorre desde os Jogos de 1968, quando Debbie Meyer ganhou as provas de 200 m, 400 m e 800 m livre.
Já é o terceiro pódio de Ledecky nos Jogos Olímpicos. Ele também ficou em primeiro lugar nos 400 m livre, quando ainda de quebra bateu o recorde mundial, e ela já obteve uma medalha de prata no revezamento 4 x 100 m livre.
No Rio, a atleta ainda vai competir nos 800 m livre, prova que deve vencer com grande folga. Ela é recordista mundial da distância e não perde uma prova desde quando tinha 13 anos. Ela também tentará seu bicampeonato olímpico, já que ganhou o ouro nos Jogos de Londres, há quatro anos.
Já Katinka Hosszu ganhou sua terceira medalha de ouro na Olimpíada. Ela conquistou os 200 m medley em uma prova que liderou do começo ao fim. Antes, no Rio, já havia vencido os 100 m costas e os 400 m medley. Ela abriu mão da disputa dos 200 m borboleta, mas ainda pode obter mais um pódio nos 200 m costas.