Aprovação da presidente cai a 15%, uma queda de nove pontos frente a dezembro

SANTIAGO — A presidente chilena, Michelle Bachelet, tem o mais baixo índice de aprovação popular desde que a democracia foi reinstaurada no país em 1990. Uma nova pesquisa, divulgada nesta sexta-feira, mostra que apenas 15% dos chilenos aprovam o seu governo, enquanto a desaprovação subiu a 66%. A mandatária, no ano passado, teve sua imagem abalada por um escândalo envolvendo seu filho mais velho, Sebastián Dávalos, e a sua nora, Natalia Compagnon, por conta de um negócio imobiliário milionário.
Em comparação a dezembro de 2015, Bachelet viu sua aprovação cair em nove pontos, e a sua desaprovação cresceu em oito pontos, segundo o Centro de Estudos Públicos, a pesquisadora mais respeitada do país. Foram entrevistadas 1.416 pessoas, e a margem de erro é de cerca de 3%.
Já o seu primeiro governo, entre 2006 e 2010, recebeu a nota de 4,8, na mesma consulta. Esta foi a nota mais alta recebida pelos seis governos democráticos que sucederam a ditadura militar, que durou de 1973 a 1990.
Em 2015, o filho de Bachelet e a sua nora se envolveram num escândalo ao fazerem uma transação financeira que, embora não seja ilegal, foi considerada antiética pelos políticos locais. O casal fez um empréstimo de US$ 10 milhões, comprou o terreno e o revendeu por US$ 15 milhões.
Na época, demorou quase duas semanas para que a presidente se pronunciasse sobre a história e enfrentasse a opinião pública. Foram poucos os que acreditaram nas suas declarações de que soube pela imprensa sobre os negócios da nora — que é, também, dona de 50% da empresa que comprou e vendeu os terrenos agrícolas.
Nas ruas, os protestos continuam pelo menos uma vez por semana, mas são menos massivos. Recentemente, manifestações de universitários — principais críticos do governo, que pedem uma reforma no ensino superior — e de aposentados tomaram as principais avenidas de Santiago.
Mas os deputados e senadores de todos os partidos não se vêem em situação melhor do que a presidente. Eles foram qualificados com uma nota de 2,65 — o máximo seria a nota 7. O trabalho da coalizão opositora de centro-direita recebeu uma aprovação de 10%, enquanto os aliados ao governo ficaram com 8%.