domingo, 22 de novembro de 2015

Em eleição histórica, Argentina elege conservador e encerra 12 anos da era Kirchner

Veja

Com 54,3% dos votos apurados, Mauricio Macri tem 53,7%. 
É a primeira vez em 100 anos que os argentinos elegem 
um presidente que não é do partido peronista nem do radical


O candidato opositor à Presidência argentina Maurício Macri
Mauricio Macri em evento de campanha(Agustin Marcarian/VEJA)
A Argentina fez uma eleição histórica neste domingo. Com mais da metade dos votos apurados, o oposicionista Maurício Macri venceu a disputa e será o próximo presidente da Argentina, com posse marcada para o dia 10 de dezembro. Apesar de histórico, o resultado não é uma surpresa. O conservador Macri, da aliança Cambiemos, encerrou a campanha como favorito contra o esquerdista Daniel Scioli, da Frente para a Vitória, apoiada pela presidente Cristina Kirchner.
Com 54,3% das urnas já apuradas, Macri está na frente, com 53,7% contra 46,3% de Scioli. Com a vitória de Macri, é a primeira vez em 100 anos que os eleitores argentinos escolhem um candidato que não pertence nem ao peronismo nem ao radicalismo socialdemocrata. Sua vitória encerra doze anos de hegemonia política do casal Kirchner, primeiro com Nestor, eleito em 2003, e agora com Cristina, eleita pela primeira vez em 2007.
Além disso, é a primeira vez na história que a Argentina, em seus 32 anos consecutivos de democracia, elege um presidente em segundo turno. E deu virada. No primeiro turno, o governista Scioli venceu a disputa com 37% dos votos, três pontos a mais do que Macri. Agora, Macri teve mais sucesso em atrair os votos dos demais derrotados no primeiro turno e virou o jogo a seu favor.
O clima nos comitês eleitorais dos dois candidatos são um retrato dos resultados: há festa no comitê de Macri e silêncio no comitê de Scioli, embora nenhum dos candidatos tenha até agora falando em vitória ou derrota. Na famosa Avenida Nove de Julho, junto ao obelisco, eleitores de Macri já se aglomeram em festa. Estima-se que o resultado definitivo será conhecido às 23h em Brasília (22h em Buenos Aires). Segundo as autoridades eleitorais, o dia transcorreu com normalidade, com um índice de participação de 74% dos mais de 32 milhões de eleitores habilitados a votar.