quinta-feira, 22 de outubro de 2015

"Segmento de shoppings centers perde R$ 1,5 bilhão em investimentos", por Maria Cristina Frias

Folha de São Paulo


O setor de shoppings centers revisou -para baixo- os números de 2015.

Os investimentos (remodelagens, novos empreendimentos e expansões) no segmento chegaram a R$ 13 bilhões neste ano contra R$ 14,5 bilhões em 2014, conforme dados da Abrasce (associação de empresas do ramo).

O número de inaugurações ficou em 18 novos espaços. Para 2016, serão 36, de acordo com Glauco Humai, presidente da entidade.

"São obras demoradas e por uma série de fatores os atrasos acontecem. Pode ser a crise, pode ser falta de mão de obra, pode ser a decisão de postergar o início das operações", diz Humai.

Com faturamento de R$ 142 bilhões em 2014, o setor não projeta os números deste ano. Os indícios, contudo, parecem apontar para um valor menor -em agosto a queda foi de 5% em relação ao mesmo mês no ano anterior.

É o primeiro quedo desde o início da série histórica em 2011. Em termos proporcionais, o Centro-Oeste foi a única que registrou crescimento, enquanto a Sul teve a maior contração.

"O fluxo de pessoas dentro dos shoppings teve uma queda de 3%, mas esse tipo de variação é normal. As pessoas seguem indo, só não estão gastando tanto."

Para o próximo ano, estão previstos R$ 7 bilhões apenas em inaugurações, sem contar as reformas e ampliações, que ainda não foram incluídos no cálculo.

"O maior impacto no setor deverá ser sentido em 2017 e 2018, pois é quando vão ficar prontos os projetos começados durante a crise", afirma .

CENTROS DE COMÉRCIO - Faturamento dos shoppings, em R$ bilhões
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Com cautela
A Aliansce, administradora e construtora de 32 shopping centers, viu a crise chegando há três anos e, desde então, não se aventurou em novos empreendimentos.
"Vimos certa depreciação na economia e também um excesso de inaugurações. Sabíamos que o varejo não conseguiria acompanhar", diz Renato Rique, presidente da companhia.
Embora acredite que ainda exista espaço para crescimento, o foco da empresa passou a ser aumentar a fatia de mercado nos centros já existentes e investir em projetos de expansão e remodelagem.
Em 2016, ela deverá fazer um aporte de R$ 20 milhões divididos entre o shopping da Bahia, o Boulevard Bauru e o West Plaza.
"Estamos cautelosos no curto prazo, mas temos cinco negócios guardados num valor total de R$ 5 bilhões".
Para segurar a queda nas vendas, a estratégia tem sido criar promoções segmentadas para atrair os consumidores para o shopping.
R$ 273
milhões foi a receita bruta da empresa no primeiro semestre de 2015
R$ 176
milhões foi o Ebitda do mesmo período
R$ 1,6
bilhão é a dívida líquida no fim do primeiro semestre

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, , Brasil, 20-10-2015 12h13:Mercado Aberto. Retrato de Renato Rique, fundador e presidente da Aliansce Shopping Centers, em sala do banco Credit Suisse no bairro Pinheiros (Foto Eduardo Knapp/Folhapress. MERCADO). Cod do Fotografo: 0716
Renato Rique, fundador e presidente da Aliansce Shopping Centers
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Fabricantes buscam insumo nacional para reduzir custos
A alta do dólar levou parte dos fabricantes brasileiros de eletroeletrônicos a buscar insumos nacionais para substituir os importados.
Uma sondagem da Abinee (associação da indústria) feita em agosto aponta que 38% dos entrevistados recorreram aos componentes domésticos.
Não é possível verificar se houve um incremento, pois a questão foi incluída na pesquisa pela primeira vez.
"Na área de eletrodomésticos, dá para fazer a substituição. Na eletrônica, fica difícil. Não existe a fabricação dos componentes no país", diz o presidente da entidade, Humberto Barbato.
A troca de insumos de outros países por domésticos ajudou as importações do setor a recuarem 19% entre janeiro e setembro deste ano ante o mesmo período de 2014.
O maior impulsor dessa queda, porém, foi a redução do mercado interno decorrente da crise, que diminuiu a fabricação de mercadorias.
BALANÇA COMERCIAL - Setor de eletroeletrônicos, de jan. a set., em US$ bi
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Vento no estoque
A Renova Energia vai emitir debêntures para financiar a construção de 23 parques eólicos no sertão da Bahia.
O projeto recebeu do Ministério de Minas e Energia a classificação de prioritário para o país. A decisão abre caminho para que a empresa possa emitir as debêntures de infraestrutura do conjunto chamado Alto Sertão 3.
O lançamento só deverá acontecer em 2016, afirma o presidente da Renova, Mathias Becker. Não é a primeira vez que a companhia usa debêntures. No começo de 2015, ela captou R$ 136 milhões que foram aplicados em um projeto de 400 MW na mesma região.
A nova construção tem um potencial maior, de 450 MW. A empresa ainda não dá estimativas de qual deve ser o valor da emissão e nem o prazo dos títulos no mercado.
No total, a empresa investe cerca de R$ 2 bilhões em energia eólica no sertão da Bahia. Além do financiamento por debêntures, a Renova também recebeu empréstimos do BNDES para a construção das usinas.
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Reivindicação... Um sindicato de trabalhadores que lidam com amianto em Goiás obteve liminar para suspender uma decisão anterior, que proibia manter cláusulas em acordo entre representantes de operários e empresas.
...sindical Embora reconheça o risco para a saúde de trabalhadores, a juíza Larissa Scarabelim, de Campinas, afirma não haver evidência de desrespeito à lei e que sem acordo, empresas da atividade terão os alvarás cancelados.
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Hora do intervalo
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com LUCIANA DYNIEWICZFELIPE GUTIERREZDOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN