O setor de shoppings centers revisou -para baixo- os números de 2015.
Os investimentos (remodelagens, novos empreendimentos e expansões) no segmento chegaram a R$ 13 bilhões neste ano contra R$ 14,5 bilhões em 2014, conforme dados da Abrasce (associação de empresas do ramo).
O número de inaugurações ficou em 18 novos espaços. Para 2016, serão 36, de acordo com Glauco Humai, presidente da entidade.
"São obras demoradas e por uma série de fatores os atrasos acontecem. Pode ser a crise, pode ser falta de mão de obra, pode ser a decisão de postergar o início das operações", diz Humai.
Com faturamento de R$ 142 bilhões em 2014, o setor não projeta os números deste ano. Os indícios, contudo, parecem apontar para um valor menor -em agosto a queda foi de 5% em relação ao mesmo mês no ano anterior.
É o primeiro quedo desde o início da série histórica em 2011. Em termos proporcionais, o Centro-Oeste foi a única que registrou crescimento, enquanto a Sul teve a maior contração.
"O fluxo de pessoas dentro dos shoppings teve uma queda de 3%, mas esse tipo de variação é normal. As pessoas seguem indo, só não estão gastando tanto."
Para o próximo ano, estão previstos R$ 7 bilhões apenas em inaugurações, sem contar as reformas e ampliações, que ainda não foram incluídos no cálculo.
"O maior impacto no setor deverá ser sentido em 2017 e 2018, pois é quando vão ficar prontos os projetos começados durante a crise", afirma .
CENTROS DE COMÉRCIO - Faturamento dos shoppings, em R$ bilhões
Com cautela
A Aliansce, administradora e construtora de 32 shopping centers, viu a crise chegando há três anos e, desde então, não se aventurou em novos empreendimentos.
"Vimos certa depreciação na economia e também um excesso de inaugurações. Sabíamos que o varejo não conseguiria acompanhar", diz Renato Rique, presidente da companhia.
Embora acredite que ainda exista espaço para crescimento, o foco da empresa passou a ser aumentar a fatia de mercado nos centros já existentes e investir em projetos de expansão e remodelagem.
Em 2016, ela deverá fazer um aporte de R$ 20 milhões divididos entre o shopping da Bahia, o Boulevard Bauru e o West Plaza.
"Estamos cautelosos no curto prazo, mas temos cinco negócios guardados num valor total de R$ 5 bilhões".
Para segurar a queda nas vendas, a estratégia tem sido criar promoções segmentadas para atrair os consumidores para o shopping.
R$ 273
milhões foi a receita bruta da empresa no primeiro semestre de 2015
milhões foi a receita bruta da empresa no primeiro semestre de 2015
R$ 176
milhões foi o Ebitda do mesmo período
milhões foi o Ebitda do mesmo período
R$ 1,6
bilhão é a dívida líquida no fim do primeiro semestre
bilhão é a dívida líquida no fim do primeiro semestre
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
Renato Rique, fundador e presidente da Aliansce Shopping Centers |
Fabricantes buscam insumo nacional para reduzir custos
A alta do dólar levou parte dos fabricantes brasileiros de eletroeletrônicos a buscar insumos nacionais para substituir os importados.
Uma sondagem da Abinee (associação da indústria) feita em agosto aponta que 38% dos entrevistados recorreram aos componentes domésticos.
Não é possível verificar se houve um incremento, pois a questão foi incluída na pesquisa pela primeira vez.
"Na área de eletrodomésticos, dá para fazer a substituição. Na eletrônica, fica difícil. Não existe a fabricação dos componentes no país", diz o presidente da entidade, Humberto Barbato.
A troca de insumos de outros países por domésticos ajudou as importações do setor a recuarem 19% entre janeiro e setembro deste ano ante o mesmo período de 2014.
O maior impulsor dessa queda, porém, foi a redução do mercado interno decorrente da crise, que diminuiu a fabricação de mercadorias.
BALANÇA COMERCIAL - Setor de eletroeletrônicos, de jan. a set., em US$ bi
Vento no estoque
A Renova Energia vai emitir debêntures para financiar a construção de 23 parques eólicos no sertão da Bahia.
O projeto recebeu do Ministério de Minas e Energia a classificação de prioritário para o país. A decisão abre caminho para que a empresa possa emitir as debêntures de infraestrutura do conjunto chamado Alto Sertão 3.
O lançamento só deverá acontecer em 2016, afirma o presidente da Renova, Mathias Becker. Não é a primeira vez que a companhia usa debêntures. No começo de 2015, ela captou R$ 136 milhões que foram aplicados em um projeto de 400 MW na mesma região.
A nova construção tem um potencial maior, de 450 MW. A empresa ainda não dá estimativas de qual deve ser o valor da emissão e nem o prazo dos títulos no mercado.
No total, a empresa investe cerca de R$ 2 bilhões em energia eólica no sertão da Bahia. Além do financiamento por debêntures, a Renova também recebeu empréstimos do BNDES para a construção das usinas.
Reivindicação... Um sindicato de trabalhadores que lidam com amianto em Goiás obteve liminar para suspender uma decisão anterior, que proibia manter cláusulas em acordo entre representantes de operários e empresas.
...sindical Embora reconheça o risco para a saúde de trabalhadores, a juíza Larissa Scarabelim, de Campinas, afirma não haver evidência de desrespeito à lei e que sem acordo, empresas da atividade terão os alvarás cancelados.
Hora do intervalo
com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN