FÁBIO MONTEIRO - Folha de São Paulo
Em estudo divulgado nesta quarta-feira (21), o Ministério da Fazenda afirma que a redução de investimentos na Petrobras e em suas fornecedoras neste ano pode ter tido um impacto de até dois pontos percentuais no PIB (Produto Interno Bruto) de 2015.
Para chegar a essa estimativa, a pesquisa elaborada pela Secretaria de Política Econômica da pasta fez exercícios econômicos considerando os resultados da empresa em 2014, levando em conta os impactos diretos e indiretos da empresa no mercado doméstico.
A estimativa é que apenas a redução de investimentos tenha gerado, no ano passado, uma retração de 0,6 ponto percentual no PIB. Considerando o efeito multiplicador da redução, o estudo concluiu que a cada R$ 1 bilhão a menos investido, a Petrobras impactou o PIB em R$ 2,5 bilhões, o que geraria um impacto adicional de US$ 30 bilhões, ou 1,7% do PIB.
Alan Marques/Folhapress | ||
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixando sessão da Câmara que debateu o ajuste fiscal |
A redução nos planos de expansão da empresa ainda resultaram em uma queda de 0,4% do PIB, decorrente da redução também de empreiteiras que deixaram de ter obras executadas. No total, o impacto em 2014 também pode ter ultrapassado dois pontos percentuais do PIB, segundo o estudo.
A pesquisa diz que o impacto global na economia brasileira do redimensionamento repentino dos planos de negócios e da atuação da Petrobras teve um impacto muito maior do que o efeito da variação de tributos como na Cide (imposto sobre combustíveis) e no Pis/Cofins.
"De fato, a principal ação tributária proposta pelo governo federal este ano, de redução do subsídio a mais de 50 setores decorrentes da substituição do pagamento das contribuições patronais das empresas por aportes do Tesouro Nacional à Previdência Social, só começará a ter efeito em 2016", afirmou a Fazenda.
Além disso, a deterioração da economia e na elevação dos riscos percebidos pelas empresas neste ano resultou em frustração de receitas tributárias, piorando o cenário fiscal do governo.