quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Oposição anexará decretos de 2015 para reforçar pedido de impeachment

Painel - Folha de São Paulo


Fluxo contínuo Além do parecer do Ministério Público do TCU, a oposição vai anexar ao pedido de impeachment de Dilma Rousseff ao menos quatro decretos assinados pelo governo em 2015 que aumentaram em R$ 800 milhões as despesas do Executivo sem autorização dos parlamentares. Os documentos servirão de base para o argumento de que as irregularidades fiscais se estenderam para este ano. Manobra semelhante foi um dos motivos que levaram o TCU a rejeitar as contas de Dilma de 2014.

Marimbondo O peemedebista Geddel Vieira Lima (BA) prometeu fazer o impossível para manter o congresso nacional da legenda nos moldes originais para forçar o rompimento com o governo.

Metralhadora… “Não tem hoje no partido ninguém com autoridade política para tomar uma decisão dessas. Bahia vai comandar uma dissidência”, disse, indignado.

…giratória “O nosso partido não pode se transformar em agência de emprego para acomodar aqueles que não sabem fazer política fora do poder”, acrescentou Geddel.

Blá blá blá Na reunião de líderes com Eduardo Cunha, Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu a renúncia do peemedebista. Enquanto o colega falava, o presidente da Câmara fez que não ouviu e continuou mexendo no telefone celular. Em seguida, passou a palavra ao próximo orador.

Amizade Dilma disparou contra Cunha, mas a articulação política do Planalto pediu que líderes não batessem boca com ele. Precisam ser “low profile” para votar as medidas do ajuste fiscal.

Desarmado Depois da rejeição das contas de Dilma pelo TCU, um ministro da corte vê um ambiente bem mais favorável para negociar com o governo o parcelamento da dívida de R$ 40 bilhões decorrente das pedaladas.

Fogo amigo Os reparos de Rui Falcão à política econômica renderam-lhe críticas. “Inacreditável o presidente do PT pedir a cabeça de Joaquim Levy. Com uma crise deste tamanho, não pode dispersar a base”, afirma Orlando Silva (PC do B-SP).

No escuro Integrantes do Executivo estão preocupados com a comissão formada pela OAB para debater o impeachment. Dizem que ainda não entenderam exatamente o papel que o órgão terá.

Efeito O PMDB está perdendo espaço no gestão de Fernando Haddad. O prefeito decidiu mudar os subprefeitos de Santo Amaro e de Santana, ligados aos vereadores peemedebistas Nelo Rodolfo e Ricardo Nunes. A avaliação é que os parlamentares vêm agindo descolados do governo há muito tempo.

Aqui não A ordem na gestão municipal, no entanto, é não mexer com os nomes ligados a Gabriel Chalita —que, nas palavras de um auxiliar do prefeito, tem se mantido fiel a Haddad.

Mais café Emissários de Geraldo Alckmin deram início a uma articulação pró-governador na bancada do PSDB na Câmara, que hoje sofre grande influência do presidente nacional, senador Aécio Neves (MG).

Menos leite A estratégia paulista é formar dentro da bancada “um núcleo duro” favorável a Alckmin, com vistas à eleição do próximo líder na Câmara dos Deputados.

À paulista A articulação é o primeiro passo de uma reação silenciosa à possível indicação de um mineiro para o cargo. Um tucano de São Paulo sustenta que não dá para tolerar que o presidente do partido e o líder da Câmara sejam do mesmo Estado.

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Chico e Francisco‌ Do presidente do PSD, Guilherme Campos, em relação ao segredo imposto por Alckmin a atos em São Paulo e ao comentário de Dilma sobre como estocar vento: “Descobri onde isso é possível: nos canos da Sabesp. O problema é que há sigilo de 25 anos”.