quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Com o cerco à quadrilha comandada pela dupla Lula-Dilma, empréstimos aprovados pelo BNDES caem pela metade no 1º semestre


Wesley Santos/Folhapress
Porto Alegre, 08.05.2013 Obras Rodovia do Parque Operários são vistos trabalhando para finalização do viaduto que liga a Rodovia do Parque ao bairro Humaitá em Porto Alegre (RS). De acordo com a ministra, do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, 70% da obra já foram executados e a previsão é de que a rodovia esteja concluída até dezembro de 2013. Com investimentos de R$ 996,3 milhões, a BR-448 ligará a Região Metropolitana de Porto Alegre à BR-290, na entrada da Capital. Segundo técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a nova pista absorverá entre 30% e 40% do tráfego, que atualmente circula pela BR-116. FOTO: WESLEY SANTOS *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS *** Brasil Infra
Obras de uma rodovia em Porto Alegre (RS); crédito à infraestrutura teve a maior queda nas aprovações


Bruno Villas Bôas - Folha de São Paulo

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou no primeiro semestre deste ano R$ 43,1 bilhões em novos financiamentos, metade dos R$ 86 bilhões do mesmo período do ano passado.

Dos setores incentivados, o de infraestrutura teve a maior queda nas aprovações: 59% frente ao primeiro semestre de 2014, para R$ 12,8 bilhões. 

Os investimentos no setor são considerados fundamentais para a retomada do crescimento.

Também tiveram forte baixa as aprovações à indústria (-52%) e ao comércio (-43%), para R$ 12,5 bilhões e R$ 10,6 bilhões, respectivamente. Só agricultura teve mais operações de financiamento aprovadas: 6%, a R$ 7,2 bilhões.

O superintendente da Área de Planejamento do BNDES, Cláudio Leal, diz que a queda nas aprovações está relacionada à conjuntura econômica e às alterações da política operacional efetuadas pelo banco no início do ano.

"Operações automáticas para aquisição de ônibus e caminhões são as mais rapidamente afetadas", disse o superintendente do banco. "Mas não temos como separar o que dessa queda é conjuntura e o que é nossa mudança operacional".

No início deste ano, o BNDES reduziu sua participação nos financiamentos dos projetos. Em siderurgia, celulose e química, a queda foi de 70% para 50% do valor do investimento. Também criou regras para estimular empresas a buscar crédito privado.

As mudanças ocorreram no momento que o Tesouro cortou repasses para recompor o orçamento do banco, parte do ajuste das contas públicas do país. O BNDES tem saldo devedor de R$ 521 bilhões com o Tesouro.

O menor interesse por financiamentos do banco ficam claros com a queda de 51% no número de consultas realizadas ao banco no primeiro semestre deste ano. Este é considerado um indicador do apetite dos empresários por investimentos.

A redução dos financiamentos aprovados significa, claro, menos desembolsos de recursos pelo BNDES nos próximos anos. Isso já vem, inclusive, se refletindo nas estatísticas que foram divulgadas pelo banco na tarde desta quinta-feira (3).

No primeiro semestre, os desembolsos somaram R$ 68,7 bilhões, uma queda de 18% na comparação ao mesmo período do ano passado. Do total, o setor de infraestrutura absorveu R$ 26 bilhões, com destaque para energia elétrica (R$ 10,5 bilhões).

Nesse período, foram liberados R$ 19,7 bilhões às empresas de menor porte, com a realização de 464 mil operações. O valor é uma queda de 27% na comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do banco.

Por trás desse resultado, está o Cartão BNDES - instrumento de crédito exclusivo para MPMEs -, cujos desembolsos somaram R$ 5,8 bilhões entre janeiro e junho, com expansão de 12,7% na comparação com janeiro/junho de 2014.