Segundo o MP, o valor desta única operação é maior que todo dinheiro que já foi repatriado até hoje em outros pedidos de cooperação internacional
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O governo da Suíça autorizou nesta quarta-feira (26) a repatriação para o Brasil de US$ 26 milhões do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo o Ministério Público, o valor desta única operação é maior que todo dinheiro que já foi repatriado até hoje em outros pedidos de cooperação internacional.
Os procuradores brasileiros passaram o dia em um prédio, reunidos com representantes do Ministério Público da Suíça, que investiga as movimentações financeiras no país de acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Embora tenha ganhado fama como destino de dinheiro suspeito de várias partes do mundo, a Suíça passou nos últimos anos a agir com rigor contra a lavagem de dinheiro proveniente de crimes.
Desde abril, a pedido da Justiça brasileira, a Justiça suíça abriu uma ação penal para investigar as contas que o ex-diretor Paulo Roberto Costa tinha no país. O dinheiro depositado foi bloqueado.
E agora esse dinheiro deve ser devolvido ao Brasil, no máximo, em poucos meses. Depende apenas de procedimentos burocráticos, como a abertura de uma conta específica para isso no Brasil, uma exigência do Ministério Público da Suíça.
“O valor que nós objetivamos repatriar é maior do que tudo que o Brasil já trouxe de volta até hoje, na história. Até hoje, o que se trouxe foi aproximadamente R$ 45 milhões. E só nesse caso, nós estamos repatriando, em relação ao senhor Carlos Alberto Costa, aproximadamente US$ 26 milhões”, afirma Deltan Dallagnol, procurador da República.
Pelo câmbio atual, isso representa cerca de R$ 65 milhões, de apenas um dos envolvidos no caso. Extratos bancários e outros documentos sobre movimentações financeiras suspeitas de Paulo Roberto e outros envolvidos no esquema já foram abertos para os procuradores brasileiros. Mas eles tiveram que assinar um acordo de confidencialidade. Essas informações precisam ser confirmadas por outras provas e podem abrir novas frentes de investigação tanto no Brasil como na Suíça.
“Um dos nossos principais objetivos é rastrear esses valores. Descobrir quem foram os pagadores da propina e quem foram os receptores dessa propina”, diz Deltan Dallagnol.