Miriam Leitão - O Globo
Economizar 1,2% do PIB em 2015 para pagar juros é uma meta crível. Mas falta a ela ambição e detalhamento. Foi assim que o banco Goldman Sachs definiu o plano apresentado nesta quinta-feira pelo próximo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para o superávit primário.
O GS reconhece que o fraco desempenho da economia atrapalha um ajuste fiscal mais robusto no ano que vem. Mas o esforço tem que ficar mais firme em 2016 e 2017:
"Dada a baixa credibilidade atual da política fiscal (que não atingiu as metas anunciadas ao longo dos últimos três anos e adotou uma série de medidas que reduziram significativamente a transparência das contas), desta vez o governo terá de se comprometer com mais do que uma meta fiscal abstrata, apenas.
Ou seja, na nossa avaliação, para superar o déficit de credibilidade atual, as autoridades teriam de apresentar um plano fiscal detalhado e coerente, que levaria a um superávit primário de, ao menos, 2,0% ou 2,5% do PIB até 2016, e, no cenário ideal, ao menos 3,0% do PIB em 2017", escreveu o GS em relatório.
Levy prometeu superávits superiores a 2% em 2016 e 2017.