sexta-feira, 28 de março de 2014

Sob Dilma, contas públicas registram pior resultado desde 2001

Brasil registra superávit de R$ 2,1 bi nas contas públicas em fevereiro

 
  • É o pior desempenho em meses de fevereiro desde 2001
Gabriela Valente - O Globo
 
 
O setor público — União, estados, municípios e empresas estatais — registrou um superávit primário (economia para pagar juros da dívida) de R$ 2,1 bilhões nas contas. É o pior desempenho em meses de fevereiro desde quando o Banco Central começou a registrar os dados em 2001. O déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) anunciado nesta quinta-feira foi compensado ao serem incluídos na conta os governos municipais, estaduais e as companhias estatais, mas não o suficiente para apresentar um bom resultado.

No primeiro bimestre, o resultado é positivo em R$ 22,1 bilhões, o que reflete a fragilidade das contas públicas. Isso porque em janeiro, o país poupou R$ 19,9 bilhões para pagar juros da dívida em janeiro. Foi o superávit primário mais baixo para meses de janeiro desde 2011. Esse foi um dos motivos do rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s no início da semana.

A meta do setor público é economizar R$ 99 bilhões para abater os juros da dívida pública. Esse objetivo corresponde a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo Brasil em um ano). A meta foi anunciada pelo governo há pouco mais de um mês. Como é mais baixa que as de anos anteriores, foi considerada uma cartada do governo para tentar recuperar a credibilidade da equipe econômica, porque não seriam necessárias manobras ou maquiagens como no passado.
Nos últimos 12 meses, o superávit acumulado está em R$ 86,1 bilhões. Isso representa 1,76% do PIB. No mês anterior, esse percentual era de 1,67% do PIB. A economia não foi suficiente para pagar todos os juros no período. Faltaram R$ 161,9 bilhões para fechar o caixa. Esse déficit nominal representa 3,3% do PIB.

A dívida líquida brasileira passou de R$ 1,613 trilhão para R$ 1,65 trilhão. A relação entre o endividamento e o tamanho da economia – o principal indicador da saúda das contas públicas – subiu de 33,3% para 33,7%.


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