Mônica Scaramuzzo - O Estado de S.Paulo Rede francesa de produtos eletrônicos, culturais e de eletrodomésticos informou que a subsidiária brasileira será 'descontinuada' e que o 'grupo vai buscar um parceiro' para o negócio no País
Um mês após trocar o comando no Brasil, a rede francesa Fnac Darty, de livros e produtos eletroeletrônicos, planeja deixar o País. A companhia anunciou ontem, durante divulgação de seu balanço global de resultados, que a subsidiária brasileira foi classificada como uma “operação descontinuada e que o grupo vai buscar um parceiro” para passar adiante o negócio no País.
Com desempenho de vendas considerado fraco – o Brasil responde por menos de 2% da receita total do grupo, a Fnac já estava procurando há algum tempo sair do Brasil, informou uma fonte de mercado ao Estado. “O modelo de negócio se tornou problemático nos últimos anos com a concorrência de vendas de livros online. O grupo chegou a conversar com muitas empresas, mas não conseguiu passar a operação adiante”, disse essa fonte.
Foto: Leonardo Soares|Estadão
Há um mês, a diretora geral Claudia Sores, ex-GPA (Grupo Pão de Açúcar), deixou o comando da Fnac. O executivo Arthur Nigre, ex-Blockbuster, assumiu as operações no Brasil. Procurado, a subsidiária do grupo no País não vai se pronunciar.
Expansão frustrante. No Brasil desde 1998, quando adquiriu os ativos da Ática Shopping Cultural, a rede francesa planejava uma expansão meteórica, o que acabou não se concretizando. Foi o primeiro investimento fora da França da Fnac, disse ontem uma pessoa familiarizada com o tema. Até o fim do ano passado, a Fnac tinha 12 lojas em território nacional. Para tentar incrementar suas vendas, a rede mudou o formato de suas lojas – que foi reduzido – e o portfólio de produtos. Além da crise financeira, a concorrência com as vendas de livros pela internet acabaram afetando a expansão da rede no País, segundo fontes. “Houve uma tentativa de se aproximar Saraiva e Fnac no passado, mas não deu certo”, disse outra pessoa a par do assunto.
Controlada pela família Pinault, que é a segunda mais rica da francesa e dona do grupo Kering, de marcas de luxo, como Gucci, Balenciaga e Alexander McQueen, e da Puma, a Fnac Darty anunciou ontem um faturamento global de 7,418 bilhões de euros, crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior. Os dados anuais estão consolidados pro-forma, uma vez que a francesa Fnac comprou o grupo Darty no ano passado. A aquisição foi aprovada pelos órgãos antitrustes da França, que vai obrigar a dona da Fnac a se desfazer de algumas lojas.
A família Pinault é principal concorrente da também francesa Arnault, de Bernard Arnault, o homem mais rico da França e presidente executivo do grupo LVMH, que abriga as marcas de luxo Louis Vuitton e Hermés.
Em seu balanço global de resultados, informou ainda que fora da Europa que mantém lojas na Á frica – Costa do Marfim e Marrocos – e Oriente Médio, no Catar. No entanto, não há nenhuma orientação para que essas lojas também sejam descontinuadas, somente as do Brasil.
Antes da união com a Darty, o faturamento total da Fnac ao fim de 2015 somava cerca de 4 bilhões de euros – somente a receita do Brasil no período foi de 138 milhões de euros, queda de 7,5%, de acordo com o balanço do grupo. Em notas explicativas em seu balanço, a companhia informou que o País passava por uma crise econômica e que apesar da queda das vendas o mercado se mostrava resiliente por conta das vendas pela internet.
Robusto. Em comunicado ao mercado, o presidente global da companhia, Alexandre Bompard, classificou os resultados de 2016 do grupo (já com os dados consolidados da Darty) como “sólidos”. “Todos os indicadores são saudáveis. A força do nosso modelo de negócio e a robustez da nossa posição financeira são como o novo grupo começa sua história”, disse, em alusão à aquisição da Darty.
Em entrevista ao jornal francês Le Figaro, Bompard disse que, “com exceção do Brasil”, os mercados onde o grupo atua tem potencial para crescimento sólido e que a aquisição da Darty trará ganhos para a expansão do grupo, um dos maiores da Europa.
A reportagem também procurou a matriz da Fnac, que não retornou os pedidos de entrevista. /Com agências internacionais
João Roberto Kelly, Ataufo Alves, David Nasser, Noel Rosa e outros inspiradores de velhos carnavais estariam no ostracismo, se dependessem do apoio dos pilantras que hoje pregam no Brasil (e outras partes do planeta) o politicamente correto. E demonizam quem pretende apenas se divertir.
Ainda bem que o carioca irreverente canta as marchinhas imortais e sustentam o carnaval. Nada contra quem prefere as baboseiras baianas... Afinal, vivemos numa democracia.
Nem o carniceiro Getúlio Vargas, muito menos os generais foram capazes de barrar a alegria do povo cantando 'Nêga do cabelo duro', 'Ô mulata assanhada', 'Olha a cabeleira do Zezé'...
Blocos de rua, sobretudo no Rio de Janeiro, são a certeza de que os hipócritas do bloco do 'politicamente correto' não vencerão.
Bless'n, de 3 meses, o primeiro a ganhar a caixa de papelão que faz a vezes de berço
DO "NEW YORK TIMES"
Jernica Quiñones, mãe de cinco filhos, foi a primeira em Nova Jersey a receber gratuitamente uma "caixa de bebê" –espécie de berço portátil feito de papelão laminado.
Mas, primeiro, ela teve que fazer um curso on-line sobre as melhores práticas ligadas ao sono do bebê, o que especialistas dizem que pode reduzir os riscos da síndrome da morte súbita infantil.
"Basicamente você deve colocar o bebê em um colchão, e pronto", ela disse depois de assistir a uma série de vídeos de 20 minutos.
A mensagem pode não ser nova, mas especialistas do governo dizem que é crucial manter os bebês em segurança. Para reduzir a mortalidade infantil, os pais devem colocá-los em um colchão firme e deixá-los sem travesseiro, cobertor ou bichos de pelúcia.
Nova Jersey se tornou o primeiro Estado dos EUA a adotar um amplo programa para reduzir as mortes de bebês, distribuindo cerca de 105 mil "caixas de bebês" (esse é o número esperado de nascimentos no Estado neste ano).
Essas caixas, que vêm com um colchão na base, têm sido entregues durante décadas na Finlândia, país com uma das menores taxas de mortalidade infantil do mundo.
"Não é só sobre a caixa, é sobre educação", disse Kathie McCans, pediatra do Hospital Universitário Cooper e presidente do conselho estadual que discute mortalidade infantil e outros riscos da primeira infância.
"A verdade é que as pessoas gostam de coisas de graça", disse. "A caixa é um incentivo para a educação, e vem com fraldas, lenços umedecidos, roupas e outros itens."
Em 2014 (último ano com estatísticas disponíveis), 57 dos 61 casos de morte súbita infantil de Nova Jersey envolviam circunstâncias inseguras durante o sono.
Os riscos incluíam a presença de cobertor (que pode levar ao sufocamento), pais que dormem junto com seus bebês (aumentando o risco de eles rolarem por cima do pequeno) e situações de "armadilha", em que a criança fica presa entre almofadas ou outros objetos.
No ano passado, o Hospital Universitário Temple, na Filadélfia, começou seu próprio programa de "caixa de bebê". Camden, uma cidade com altos índices de crime, desemprego e pobreza. Ao saberem da iniciativa do hospital, McCans e seus colegas não tardaram a buscar mais informações.
Charles Mostoller/The New York Times
Jernica Quiñones, 33, residente do Estado de Nova Jersey, mãe de Bless'n e de outros quatro
Na verdade, a Baby Box Co., de Los Angeles, estava por trás da iniciativa. A empresa já havia trabalhado com hospitais e diferentes governos em ao menos de 12 Estados dos EUA e também no Canadá e na Inglaterra.
Apesar de ser uma empresa com fins lucrativos, ela recebe apoio de fundações de modo que os custos aos governos são mínimos.
A Baby Box Co. iniciou suas atividades em 2013 e foi fundada por Jennifer Clary e uma amiga que estava grávida depois de lerem sobre o sucesso finlandês com as caixas. Elas decidiram inventar um programa de educação, chamado "Baby Box University", que concentra vídeos sobre segurança no sono, amamentação e o uso apropriado de cadeirinhas para carros, entre outros assuntos.
MORTE SÚBITA
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) disse que não endossa nenhum dos produtos da "Baby Box", mas uma porta-voz da agência disse que os pais devem tomar as medidas necessárias para ajudar a reduzir os riscos de morte súbita.
Nos EUA, cerca de 3.700 crianças morreram subitamente e inesperadamente em 2015, segundo a agência. As mortes têm caído desde os anos 1990, quando a Academia Americana de Pediatria divulgou recomendações como a de colocar o bebê de costas no berço.
O Estado de Nova Jersey diz que todos podem se beneficiar do programa. As caixas são úteis como um complemento do berço e pode ser facilmente transportada para um hotel ou uma noite na casa dos avós.
Quiñones, 33, disse que já tinha tido um bercinho, mas o mantinha no andar de cima de sua casa. Antes de pegar sua caixa, que agora fica na sala, ela tinha que subir um lance de escada para olhar o bebê.
McCans disse que muitos dos novos pais deixavam o bebê dormindo no sofá durante o dia, já que a vida familiar fica em torno da sala e da cozinha. "Dez ou 15 anos atrás nós não reconhecíamos os sofás como perigosos", disse. "Mesmo se o bebê se virar apenas parcialmente, seu rosto pode ficar encoberto."
Colocar bebês em caixas de papelão pode assustar alguns por ser tão simplório, especialmente na era dos berços de milhares de reais, mas McCans acredita que as caixas podem agradar os millenials que valorizam o minimalismo.
"Há muita gente tentando simplificar a vida. Se os millenials (geração que chegou à idade adulta no início do século 21) enxergarem a caixa como algo cool, renovável e não tóxico e se ela chamar a atenção para que eles recebam informações corretas sobre os bebês, então não vejo problema. Estamos tentando atingir todo mundo."
Por enquanto, Noel Rosa escapou da razia politicamente correta. Suas marchinhas e seus sambas mais carnavalescos – "Pastorinhas" (com Braguinha), "Pierrot Apaixonado" (com Heitor dos Prazeres), "O Orvalho Vem Caindo" (com o pugilista Kid Pepe, que nada fez na parceria), "Até Amanhã" – seguem empolgando foliões.
Escrevi "por enquanto" porque esse tipo de cobrança está na moda e vai continuar, mesmo depois da Quarta-Feira de Cinzas. E porque Noel foi, na música brasileira, uma das primeiras vítimas da "problematização" "" aliás, dupla vítima, tanto do conceito acadêmico que esta palavra encerra como da própria palavra, que é um palavrão de feiura.
Em artigo de 1972, publicado no "Pasquim", Millôr Fernandes desanca um tal de "Wagner" (na verdade, o compositor Jorge Mautner), que acusou Noel de antissemitismo, citando as músicas "Cordiais Saudações" ("Ando empenhado nas mãos de um judeu") e "Quem Dá Mais?" ("Quem arremata o lote é um judeu/ Quem garante sou eu/ Pra vendê-lo pelo dobro no museu").
Em sua defesa, Millôr escreve: "Na época, 'judeu da prestação' era uma expressão popular com uma coloração racista tão grande quando se dizer o 'crioulo da padaria' ou o 'careca do armazém'".
Um alvo predileto das atuais restrições é a palavra "mulato". Pois Noel Rosa fez "Mulato Bamba", gravado por Mário Reis em 1932. Ouçam o samba. Mostra como o artista esteve à frente do seu tempo, ao tratar a homossexualidade sem deboche e com simpatia, no retrato do malandro – inspirado em Madame Satã e outros – que desdenha das mulheres:
"As morenas do lugar/ Vivem a se lamentar/ Por saber que ele não quer/ Se apaixonar por mulher". Para concluir: "O mulato é de fato".
Se não me engano, hoje é Terça-Feira Gorda. Dia de cantar o que bem quiser.
Com um enredo homenageando o Marrocos, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para a Sapucaí uma coreografia com direito a um Aladdin voando em seu tapete mágico. A cena impressionou o público das arquibancadas - e até o comentarista da Rede Globo Alex Escobar -, que, por alguns instantes, acreditou estar mesmo vendo uma pessoa voando. A mágica só foi quebrada quando o objeto foi visto de perfil: tratava-se de um aeromodelo adaptado com uma folha de papelão impressa com a imagem de um homem.
"Que é isso... Achei que fosse um drone!", comentou Escobar no momento em que o objeto voava em frente ao estúdio da Globo na Sapucaí.
Realmente parecia um homem voando. Na verdade, o mesmo que reaparecia, em carne e osso, em cima de uma caixa que deslizava pela pista, cercado de beduínos, até entrar em uma tenda, de onde saía novamente o tapete voador.
"É um aeromodelo", explicou ao UOL o coréografo da comissão de frente da Mocidade após o desfile. "Queríamos que desse a impressão de que o Aladdin realmente estivesse voando mesmo que por alguns segundos", disse. "Imprimimos uma foto de alta resolução e montamos uma espécie de maquete. A reação do público foi incrível", comemorou.