quinta-feira, 23 de maio de 2024

Governo do ex-presidiário Lula dificulta acordo de R$128 bilhões com a Vale para barganhar sua presidência

Vale de R$127 bilhões está no mesmo patamar das maiores indenizações já pagas por empresas envolvidas em catástrofes ambientais


Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais. Foto: Antonio Cruz/ABr

A resistência do governo Lula (PT) em aceitar o valor proposto pela Vale para reparar os danos da tragédia de Mariana tem sido encarado pelo mercado como estratégia de barganha para aumentar a influência na companhia com a sugestão de um novo nome para a presidência, após a indicação de Guido Mantega ter sido amplamente criticada. O caso vem atraindo a atenção pelo tamanho do dinheiro.

De acordo com advogados que acompanham causas semelhantes em outros países, o valor que a Vale colocou na mesa, de R$127 bilhões, está no mesmo patamar de uma das maiores indenizações já pagas por empresas envolvidas em catástrofes ambientais.

Para compensar a tragédia da sonda petrolífera Deepwater Horizon, que afundou em 2010 causando uma poluição devastadora no Golfo do México, a BP concordou em pagar num acordo histórico com a Justiça dos Estados Unidos US$18,7 milhões em 2015, ou R$ 126,9 milhões a valores atuais – o mesmo que a Vale está disposta a desembolsar.

Para se ter ideia do tamanho do montante, o escritório de advocacia internacional Pogust Goodhead processou a Volks no Reino Unido em 193 milhões de libras – o equivalente a R$1,25 bilhão.

O mesmo escritório, especializado em causas coletivas, move agora uma ação contra a Vale na Justiça de Londres, onde pedem cerca de R$230 bilhões. Mas, nesse caso, as vítimas e a região de Minas afetadas pela tragédia não seriam beneficiadas com a indenização total, pois os advogados gringos à frente da causa pretendem embolsar quase a metade do valor se forem bem-sucedidos no processo.

Diário do Poder