Presidente eleito foi ao Egito com jatinho particular de empresário, mais poluente que aeronaves de carreira
Um levantamento feito pelo site Poder 360 mostrou que o jatinho usado pelo presidente eleito, Lula (PT), para ir à 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27) emitirá, considerando ida e volta, quase 110 mil toneladas de gás carbônico, que contribui para as “mudanças climáticas”.
O Poder 360 chegou a esse número considerando que o Departamento de Negócio, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido estabelece que cada litro de combustível de aviação queimado gera 2,5 quilos de gás carbônico, e que o modelo de jatinho em que Lula viajou, um Gulfstrem G600, gasta 1,7 mil litros por hora de voo. Um voo do Brasil para o Egito (mais de 10 mil quilômetros) leva 12 horas e meia.
Então, nas 25 horas de ida e volta, o total de emissões chegará a quase 110 mil toneladas. Já o site Our World in Data informa que cada brasileiro, em 2019 (o dado mais atualizado), emitia quase 7 toneladas de gases do efeito estufa por ano. Dessa forma, a viagem de Lula representa a mesma quantidade de gases que um brasileiro médio produzirá em 15,8 anos.
O jatinho usado por Lula tem 16 lugares. Isso quer dizer que, se ele decolou com a capacidade completa, a emissão de gás carbônico por passageiro, ao final do trajeto de ida e volta, será de quase 7 mil quilos, levemente inferior ao valor produzido por uma pessoa durante 15,8 anos.
Os jatinhos particulares emitem de 5 a 14 vezes mais gases poluentes por passageiro do que os aviões de carreira.
A aeronave usada por Lula pertence ao empresário José Seripieri Junior, que foi preso em julho de 2020, em uma operação da Polícia Federal, que era uma desmembramento da Lava Jato e investigava irregularidades relacionadas à campanha de José Serra (PSDB) em 2014, quando ele foi eleito senador por São Paulo. Seripieri Junior é fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp.
Revista Oeste
