sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Bolsas europeias e futuro dos EUA registram ganhos

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Os mercados europeus amanheceram em alta nesta sexta-feira (23), com bons resultados em empresas importantes dos setores bancário e automotivo.

Os índices futuros nos Estados Unidos também têm alta, com sinais positivos sobre a aprovação de um novo pacote de estímulos. A presidente do Congresso, democrata Nancy Pelosi, afirmou que as conversas têm avançado, mas não deu prazo para a aprovação de um acordo, e não garantiu que isso ocorra antes das eleições, em novembro.

No Brasil, a diretoria do Instituto Butantan afirmou que a Anvisa estaria demorando para aprovar a compra de insumos para produção da vacina contra a covid, o que a Anvisa nega. Após desautorizar o ministro da saúde Eduardo Pazuello sobre a compra de 46 milhões de doses da vacina, Bolsonaro afirmou em live que não tem poder sobre a Anvisa a respeito da liberação de vacinas.

Além disso, em entrevista ao Valor, o secretário do Tesouro Bruno Funchal defendeu usar dinheiro parado em fundos para bancar gastos da resposta ao coronavírus.

1. Bolsas mundiais

Na Europa, a sessão é de ganhos para os principais índices. O banco Barclays reportou lucro líquido de US$ 797,7 milhões no terceiro trimestre, mais do que o dobro das expectativas de analistas. A fabricante de automóveis Daimler aumentou sua expectativa sobre os lucros de 2020. E a alta da demanda na China contribuiu para ampliar as margens da divisão de carros da Mercedes-Benz.

O índice Eurostoxx tem alta de 0,84%; o Dax, da Alemanha, sobe 1,04%; O CAC, da França, sobe 1,37%; o FTSE MIB, da Itália, sobe 1,14%.

Ainda em destaque, o indicador PMI (índice de gerentes de compras, em uma tradução livre do inglês) na zona do euro teve queda para 49,4 pontos em outubro, frente 50,4 em dezembro. O índice mostra o desempenho dos setores de indústria e serviços, e leituras abaixo de 50 pontos indicam contração na economia. Contudo, o número foi ligeiramente melhor do que os 49,3 previstos em uma pesquisa da Reuters. Dados relativos à França utilizados como base do indicador indicaram queda de 48,5 para 47,3 pontos no índice. Na Alemanha, houve queda de 54,5 para 54,7. A leitura superou a previsão de consenso de analistas ouvidos pela Reuters, que esperavam queda para 53,2, e ficou bem acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

A produção na região pode estar sofrendo impacto das novas medidas empregadas para conter o coronavírus, cujo número de novos casos tem aumentado com mais rapidez em outubro. Na semana passada, Londres voltou a restringir reuniões de pessoas que não vivem na mesma residência Paris voltou a implementar toque de recolher. Nesta quinta-feira (22), autoridades francesas ampliaram o toque de recolher para mais áreas do país. A contaminação também tem se acelerado nos Estados Unidos.

Nos EUA, na quinta-feira, a presidente do Congresso dos Estados Unidos, democrata Nancy Pelosi, afirmou que ela e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, estavam “quase lá” nas discussões sobre um novo pacote de estímulo. Por outro lado, disse que ainda poderia “levar um tempo” antes que a lei definindo o pacote fosse escrita e assinada. O mercado também acompanhou o debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump.

Além disso, a U.S. Food and Drug Administration, agência americana responsável por aprovar medicamentos antes de chegarem ao mercado, aprovou o antiviral remdesvir, da farmacêutica Gilead Sciences, como tratamento para a Covid-19. Ele será vendido com o nome de Veklury, e é o primeiro tratamento contra o coronavírus completamente aprovado pela agência durante a pandemia. Até então, vinha sendo usado emergencialmente. A aprovação levou a alta das ações da Gillead.

O índice S&P 500 futuro tem alta de 0,20%; o Nasdaq Futuro, de 0,01%; e o Dow Jones Futuro, de 0,30%.

Os resultados na Ásia foram variados, à medida que investidores monitoram os dados sobre o coronavírus em economias importantes.

O índice de Shanghai, na China, fechou em queda de 1,04%. Mas o índice Nikkei, do Japão, subiu 0,18%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, teve alta de 0,54%; e o Kospi, da Coreia do Sul, alta de 0,24%.

Veja abaixo o desempenho dos mercados mundiais às 7h20 (horário de Brasília):

Futuros dos EUA
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,20%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,01%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,30%

Europa
*Dax (Alemanha), +1,04%
*FTSE 100 (Reino Unido), +1,5%
*CAC 40 (França), +1,37%
*FTSE MIB (Itália), +1,14%
O índice de Shanghai, na China, fechou em queda de 1,04%. Mas o índice Nikkei, do Japão, subiu 0,18%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, teve alta de 0,54%; e o Kospi, da Coreia do Sul, alta de 0,24%.

Ásia
*Nikkei (Japão), +0,18% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,54% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,24% (fechado)
*Shanghai SE (China), -1,04% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,19%, a US$ 40,83 o barril
*Petróleo Brent, +0,24%, a US$ 42,7 o barril
*Bitcoin, US$ 12.969,55, +0,76%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em baixa de 3,14%, cotados a 771,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 115,65 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,67

2. Agenda

Às 5h autoridades europeias divulgaram o indicador PMI (índice de gerentes de compras, em uma tradução livre do inglês), que caiu para 49,4 pontos em outubro, frente 50,4 em setembro. O índice mostra o desempenho dos setores de indústria e serviços, e leituras abaixo de 50 pontos indicam contração na economia.

A FGV divulga nesta manhã o índice de inflação semanal IPC-S relativo ao período até 22 de outubro. No mesmo horário, a FGV informa o índice de confiança do consumidor em outubro. Às 9h, o IBGE divulga o índice de inflação IPCA-15, relativo a outubro. A agência Bloomberg estima alta da inflação de 0,83% na base de comparação mensal.

Às 9h30, o governo divulga o saldo da conta corrente em setembro, estimado pela Bloomberg em US$ 3 bilhões.  O Banco Central oferta até 12 mil contratos de swap para rolagem das 11h30 às 11h40.

Ainda em destaque, na última quinta-feira (22) aconteceu o segundo, e último, debate entre os candidatos à presidente dos EUA, Donald Trump e Joe Biden. Após um primeiro encontro caótico, esta foi a última chance de ambos mostrarem suas propostas para uma grande audiência na TV (veja mais clicando aqui).

E para comentar o que aconteceu neste debate, as estratégias de cada um e quem se saiu melhor, o InfoMoney recebe em live  às 9h Michael Lopez, sócio da Arko Advice, e Sol Azcune, analista política da XP Investimentos. Os dois ainda comentam o que esperar nos últimos dez dias de campanha antes das eleições, que acontecem no dia 3 de novembro.

3. Polêmica em torno da vacina

Em resposta à nota, a Anvisa afirmou que a resposta ao pedido de importação sairá em até cinco dias úteis, e que a solicitação do Butantan teria entrado em uma análise especial.

Na tarde de quinta-feira, o presidente Bolsonaro realizou uma live nas redes sociais, em que afirmou que a Anvisa não correria para liberar vacinas.

“A vacina tem que ser certificada pela Anvisa. Eu não mando na Anvisa. Alguns acham que eu mando na Anvisa. A Anvisa, como as agências todas, é independente. A Anvisa não é subordinada a mim, apesar de quem indicar [o diretor-presidente] para a sabatina no Senado sou eu”, disse.

Ele e o ministro Pazuello buscaram mostrar união após o presidente ter desautorizado o ministro quanto à compra da vacina de São Paulo. “É simples assim, um manda e outro obedece. Mas a gente tem carinho, dá para desenrolar”, afirmou o ministro.

4. Proposta de usar fundos para gastos com o coronavírus

Em entrevista publicada nesta sexta-feira de manhã pelo jornal Valor, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, defendeu como “uma alternativa importante” o uso de valores parados em fundos federais para financiar ações de combate à pandemia. A medida está prevista no PLP (projeto de lei complementar) 137, apresentado pelo deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), e liberaria R$ 177 bilhões.

A medida ajudaria o governo a poupar recursos, que poderiam ser direcionados ao pagamento da dívida sem necessidade de novos endividamentos. “Em vez de se endividar em mais R$ 177 bilhões, o Tesouro tem os recursos para pagar as despesas”, afirmou Funchal. Com esses recursos, o governo não precisaria pagar tantos prêmios de risco para se financiar.

O objetivo do governo seria fechar 2020 com caixa suficiente para pagar o vencimento de títulos nos primeiros quatro meses de 2021, diz o secretário.

O texto do projeto de lei complementar prevê o uso do superávit de 29 fundos para pagar medidas como: auxílio emergencial, apoio a Estados e municípios, ações de saúde e ações de apoio ao emprego e à renda.

Originalmente, o dinheiro desses fundos deveria ser destinado a atividades como o combate ao tráfico, ou a expansão da infraestrutura aeroportuária. Mas parte desse valor se encontra parado há décadas.

5. Radar corporativo

A oferta inicial de ações da Track & Field saiu a R$ 9,25 por ação, abaixo do estimado pelos coordenadores da oferta, que era entre R$ 10,65 a R$ 14,95. A operação movimentou R$ 523 milhões.

O Bradesco BBI afirmou em relatório que vê “sinais claros” de que o pior já passou, e que há expectativa de bons ganhos para os bancos brasileiros no terceiro trimestre. O Bradesco diz acreditar que os melhores resultados serão do Santander.

Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander- somam aumento em valor de mercado de R$ 570,5 bilhões em 30 de setembro para R$ 655,3 bilhões até a tarde de quinta-feira, dia 22 de outubro, conforme destaca levantamento do Valor.

O Estadão traz reportagem informando que a Superdigital, do Santander, um aplicativo que permite pagar contas, cresceu 14% em clientes de folha de pagamento entre janeiro e setembro.

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