sábado, 19 de setembro de 2020

Mesmo sem Bolsonaro, PSL quer se manter grande

Projetado pela eleição do atual presidente, PSL pretende disputar quase mil prefeituras em 2020

PSL

Partido está dividido entre aliados e ex-aliados do presidente Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR

Desconhecido de boa parte dos eleitores até 2018, o PSL conseguiu se tornar um dos maiores partidos do Brasil após a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Com a projeção, a sigla tem hoje a segunda maior bancada do Congresso e vai receber quase R$ 200 milhões do Fundo Eleitoral em 2020.

Agora, o objetivo do PSL é manter-se grande mesmo sem a filiação de seu principal projetor, o presidente da República. Além disso, a sigla vive atualmente uma divisão: deputados bolsonaristas e a ala independente. Por causa das regras partidárias, os mais próximos do chefe do Executivo não conseguiram deixar a legenda.

Mesmo dividido, o PSL vai apostar todas as suas fichas nas eleições municipais deste ano, no intuito de seguir como um dos partidos mais influentes do Brasil. Para isso, o partido pretende lançar 936 candidatos a prefeito. O número é 561% maior que o de 2016. Esse total pode sofrer variações até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisar todos os registros de candidatura.

“Mesmo não estando mais na base do governo, o partido está na expectativa de seguir na onda bolsonarista para conseguir aumentar o número de prefeitos e vereadores. Essa visibilidade é importante”, comentou um integrante da sigla ouvido por Oeste. Atualmente, o PSL administra 30 dos mais de 5 mil municípios brasileiros.

Divisões

Entre os mais próximos de Bolsonaro, o deputado federal Filipe Barros (PR) oficializou sua candidatura à prefeitura de Londrina neste ano. A confirmação de seu nome foi marcada por diversas disputas internas no partido. O parlamentar divergia do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar.

Aliás, a proximidade com o presidente poderá resultar em vantagem para o candidato. Em 2018, mais de 80% dos eleitores de Londrina votaram em Bolsonaro, que ainda mantém bons índices de aprovação na região. Contudo, Barros afirma que o chefe do Executivo não vai tomar parte na campanha.

“Quero deixar bem claro que o presidente não vai participar. E eu concordo com a decisão dele, porque temos que acabar com essa de candidato do presidente, candidato do governador. Nossas propostas são para a cidade”, afirma Barros.

Já na disputa pela principal prefeitura do país, o cenário será diferente daquele do interior do Paraná. Ex-aliada do presidente Jair Bolsolaro, Joice Hasselmann vai concorrer à prefeitura de São Paulo em clima que nada lembra o que se viu nas últimas eleições.

PSL Bolsonaro

Joice deixou de ser aliada do chefe do Executivo quando foi retirada do posto de líder do governo no Congresso | Foto: Marcos Corrêa/PR

Em 2018, Joice concorreu como deputada federal e elegeu-se como a mulher mais votada da história da Câmara, com mais de 1 milhão de votos. No entanto, o panorama de 2018 não é o de hoje. Após romper com o presidente, a parlamentar viu sua popularidade diminuir. Além disso, a candidata vem sofrendo com a resistência interna encontrada no próprio partido. Aliás, pesquisas de pré-campanha mostravam Joice com apenas 2% das intenções de voto do eleitorado paulistano.


, Revista Oeste


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