
O presidente da Argentina, Alberto Fernández | Foto: REPRODUÇÃO/INTERNET
Em razão do isolamento social prolongado na Argentina, mais empresários estão de malas prontas para deixar o país governado pelos peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner. De companhias aéreas a empresas de autopeças, as filiais locais estrangeiras sairão do mercado local.
Neste ano, já são dez casos, de acordo com o jornal Clarín. A fabricante alemã de tintas para veículos Basf, por exemplo, transferiu sua produção para o Brasil, onde encontrou um mercado maior e mais estável para fazer investimentos, conforme noticiou Oeste, em julho deste ano.
O mesmo caminho foi seguido pela americana Axalta e a empresa francesa Saint-Gobain Sekurit. Essa última, responsável por produzir para-brisas, fechou sua fábrica em Campana, na província de Buenos Aires, demitiu mais de 150 trabalhadores e transferiu a produção para o Brasil.
Embora não tenha anunciado novos investimentos aqui, a rede chilena de lojas de departamentos Falabella fechou pelo menos duas lojas na Argentina. E anunciou nesta semana que está buscando um parceiro para diminuir sua presença no país. A Walmart está na mesma situação.
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A saída de empresas também abrange os setores aéreo, de telecomunicações e têxtil. Uma das primeiras empresas a anunciar que deixaria o país foi a chilena Latam, que está encerrando a operação na Argentina, assim como Emirados e Air New Zealand.
No mercado de cabotagem, a Norwegian já havia cedido suas posições à Jetsmart. E há dúvidas sobre a continuidade da Flybondi em razão dos problemas no Aeroporto El Palomar. A Telefónica de España anunciou que também venderá as unidades que possui na Argentina.
A empresa americana Nike também passará o desenvolvimento da marca no país a empresas locais. Do mundo da moda, Wrangler e Lee também anunciaram sua retirada, segundo o Clarín. Além disso, companhias brasileiras sediadas no país avaliam a possibilidade de seguir o mesmo caminho.
Entre outros problemas do mercado argentino estão o confinamento prolongado determinado pelo governo, tentativa de estatização do quarto maior exportador de soja do país, a Vicentín, congelamento de preços, alto índice de desemprego e problema do acesso ao mercado de câmbio.
Cristyan Costa, Revista Oeste