Interlocutores afirmam que Cláudio Castro tem perfil conciliador e manteve bom trânsito com membros da família Bolsonaro
O vice-governador Cláudio Castro, assume nesta sexta-feira, 28, o governo do Estado do Rio de Janeiro. A dança das cadeiras ocorre após o afastamento de Wilson Witzel (PSC).
Contudo, Castro já assume cargo mesmo sendo um dos alvos da operação que afastou Witzel.
Avaliado por interlocutores como um conciliador, o vice assume o posto com a missão de amenizar a crise no governo carioca. De acordo com pessoas próximas, Cláudio Castro já se preparava para assumir o governo com a possibilidade de Witzel sofrer um processo de impeachment.
Nascido em Santos (SP) e cantor gospel com dois álbuns já lançados, Castro cumpria o seu primeiro mandato como vereador na Câmara Municipal do Rio em 2018. Na ocasião, foi escalado pelo PSC para ser vice-candidato do quase desconhecido ex-juiz federal que tentava a sorte na política.
Ao aceitar o convite, Castro afirmava que a empreitada de Witzel não teria sucesso e que o projeto político seria um fracasso. No entanto, com Witzel eleito na esteira do bolsonarismo, coube a Castro o papel de “antessala do governador”, como passou a ser chamado ironicamente por prefeitos de interior do estado que tinham dificuldades de estabelecer diálogo.
Aliás, deputados estaduais recorriam a Castro para tratar de assuntos com o Executivo. Discreto, o vice-governador é considerado “habilidoso” nos bastidores.
Amigo do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ele também manteve bom trânsito com membros da família Bolsonaro, da qual Witzel se tornou desafeto após se declarar pré-candidato à presidência da República, em 2022.
Wesley Oliveira, Revista Oeste