THE WALL STREET JOURNAL
Em uma súbita mudança de planos sobre a reabertura das escolas na cidade de Nova York, o prefeito Bill de Blasio anunciou na segunda-feira (24) que dará aos diretores do ensino fundamental e médio a opção de dar aulas ao ar livre, citando preocupações sobre a qualidade do ar e a ventilação nas escolas.
O prefeito disse que a cidade facultará às escolas, que estão com reabertura prevista para 10 de setembro, o acesso a parques públicos e fechará as ruas sempre que possível. Segundo ele, a mudança melhorará as condições de saúde e segurança para alunos e funcionários.
O plano anterior permitia que as escolas transferissem as aulas para espaços abertos, mas as declarações de De Blasio indicaram um compromisso mais firme de acelerar o processo de aprovação e abrir mais espaços ao ar livre, se necessário.
O anúncio ocorre no momento em que diretores e sindicatos de professores continuam expressando dúvidas e pressionando a prefeitura sobre a segurança dos prédios escolares e a prontidão de seus funcionários enquanto se preparam para receber novamente os alunos.
O prefeito prometeu dar mais detalhes aos diretores nos próximos dias e disse que eles podem começar a solicitar o acesso aos espaços externos imediatamente.
Citando o conhecimento predominante de que o coronavírus não se espalha rapidamente em ambientes externos, o prefeito disse que a opção se aplica a todas as escolas, públicas e privadas.
"A partir de hoje, autorizamos nossos diretores a determinar a quantidade máxima de atividades que podem realizar ao ar livre", disse. "Cabe a eles descobrir como usar o pátio ou qualquer área no terreno da escola que seja descoberta."
De Blasio e o chanceler escolar da cidade de Nova York, Richard Carranza, disseram que a mudança foi inspirada por algumas reações que tiveram de sindicatos e cidadãos preocupados, acrescentando que darão "muito rapidamente" mais detalhes sobre a preparação dos funcionários e a qualidade do ar nos edifícios escolares.
Segundo o plano, as escolas que se inscreverem para o espaço até sexta-feira (28) receberão respostas em cerca de uma semana, disse Carranza.
O Conselho de Supervisores e Administradores Escolares (CSA), que representa 6.400 líderes educacionais, disse que as primeiras semanas de aulas deveriam ser conduzidas remotamente.
As escolas não podem reabrir com segurança em 10 de setembro, afirmou o sindicato, alegando que adiar a reabertura permitiria resolver questões como garantir que os colégios tenham enfermeiras suficientes, consertar os sistemas de ventilação, colocar sinalização e estocar material de limpeza.
Em uma declaração na segunda-feira (17), o CSA reconheceu que especialistas de saúde sugerem que o ensino ao ar livre pode ser útil para limitar a exposição ao vírus, mas disse que o Departamento de Educação divulgou suas orientações e prazos para o plano "tarde demais e aleatoriamente".
"A orientação míope sobre a aprendizagem ao ar livre também carece de detalhes, levantando sérias preocupações em torno da segurança. Além disso, sem financiamento, este plano irá exacerbar as disparidades existentes", disse o presidente do CSA, Mark Cannizzaro, reiterando o pedido do sindicato pelo adiamento do ensino presencial.
"O plano da prefeitura não será implementado tão bem quanto poderia ter sido caso o prefeito simplesmente tivesse dado aos diretores o tempo e o apoio necessários", afirmou.
O sindicato dos professores também continua cético. "O plano de reabertura do prefeito permanece falho, especialmente em termos dos testes necessários", disse o presidente da Federação Unida de Professores (UFT), Michael Mulgrew, em um comunicado.
No início de agosto, o UFT, que representa cerca de 120 mil funcionários do Departamento de Educação da cidade, pediu a seus membros e ao público que assinassem uma petição listando medidas de segurança que as escolas devem implementar antes da reabertura.
Na manhã de segunda-feira, mais de 94 mil pessoas haviam assinado o documento