“Espero que o Brasil valorize o trabalho de vocês, a ciência, a pesquisa. Vocês são pessoas apaixonadas. É um trabalho para realmente desenvolver esse Brasil que a gente tanto quer, um Brasil sustentável”. A frase do ator e produtor de leite orgânico Marcos Palmeira foi dita na noite de quarta-feira (26), na live Pecuária Sustentável e de Precisão, que marcou o aniversário de 45 anos da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP).
Marcos Palmeira foi um dos convidados, representando o setor de leite orgânico. Também participaram o produtor Caio Penido, presidente do GTPS (Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável) e do Imac (Instituto Mato-Grossense da Carne), e o pesquisador Artur Chinelato, da Embrapa Pecuária Sudeste, idealizador do programa Balde Cheio. Todos foram recebidos por Rui Machado, chefe geral do centro de pesquisa, e a moderação ficou a cargo do chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Alexandre Berndt.
A live mostrou o trabalho de pecuária de precisão e das pesquisas voltadas à intensificação sustentável realizadas pela equipe. Participaram ainda de forma virtual, com depoimentos gravados, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, e parceiros como René Machado, diretor de compras de leite de Nestlé Brasil, e Alexandre Toloi, gerente de sistemas de ordenha voluntária da DeLaval.
Caio Penido, reconhecidamente um defensor da sustentabilidade na pecuária, falou sobre iniciativas que estão ocorrendo nesta área. “No Brasil, temos a fixação de carbono no solo, nas árvores, na integração lavoura-pecuária-floresta. E a Embrapa está trabalhando muito bem esses componentes com seu selo carne carbono neutro, carne de baixo carbono e outros selos que está pesquisando.”
Ele agradeceu aos funcionários da empresa, em nome de todos os produtores rurais do Brasil, por estarem à frente desse complexo debate que envolve sustentabilidade, conservação, produção, carbono, etc. “A gente até se emociona. Para mim, a Embrapa é uma reunião de heróis que estão ajudando a gente.”
Artur Chinelato contou histórias do programa Balde Cheio, que transfere tecnologias para a pecuária leiteira desde 1998, abordando o elemento humano e alguns aspectos marcantes. Falou que a Embrapa aprende junto com o produtor e relatou a expansão da metodologia para cadeias de búfala, cabra, mel e café. O Brasil já “exporta” o programa para a Colômbia e agora recebeu convite para implantá-lo no Equador. “Nós não olhamos simplesmente números. Queremos resgatar as pessoas”, disse o pesquisador.
De acordo com levantamento feito até 2019, já foram visitados 638 municípios e 3.678 propriedades. “Trabalhamos 46 projetos de assentamentos rurais, já foram capacitados 850 técnicos. O Balde Cheio está hoje em 19 Estados com 1.609 propriedades, 179 parcerias e 300 técnicos em treinamento. É muita gente envolvida”, explicou.
Marcos Palmeira é um dos produtores que aderiram ao programa. Ele participou, em 2018, do 1ª Curso de Pecuária Leiteira Orgânica promovido pela Embrapa Pecuária Sudeste, Fazenda Nata da Serra e SIN (Secretaria de Inovação e Negócios) da Embrapa. “Eu não consigo me imaginar hoje sem estar trabalhando com o Balde Cheio, sem essa equipe”. Com frequência, ele tem dito que sua propriedade, a Vale das Palmeiras, do Rio de Janeiro, é “outra propriedade” depois da adesão ao programa.
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste
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