domingo, 2 de agosto de 2020
Oposição prega boicote à eleição do Legislativo da Venezuela
Bloco fala em “fraude” no pleito a ser realizado no fim do ano
“Fraude”. Sob essa alegação, 27 partidos de oposição ao ditador Nicolás Maduro anunciaram neste domingo, 2, que não irão participar da próxima eleição do Legislativo da Venezuela. Até o momento, o pleito previsto para 6 de dezembro elegerá 277 deputados que irão compor a Assembleia Nacional.
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Em tom de união contra o “chavismo”, os partidos de oposição da Venezuela divulgaram comunicado. O grupo afirma que atuou para tornar possível uma eleição democrática no país. Isso, contudo, não foi possível, lamentam as legendas envolvidas no ato. Eles contam que chegaram a buscar ajuda internacional nesse sentido.
“Tendo esgotado todos os nossos esforços a nível nacional e internacional para que tivéssemos um processo eleitoral competitivo (…) as organizações democráticas da Venezuela manifestam (…) que, de forma unânime, decidiram não participar na fraude eleitoral convocada pelo regime de [Nicolás] Maduro”, diz trecho do manifesto dos partidos opositores ao atual governo venezuelano, conforme informa a agência EFE.
A carta contra a realização da eleição para uma nova Assembleia Nacional conta com a participação dos quatro maiores partidos de oposição da Venezuela: Ação Democrática, Primeiro Justiça, Um Novo Tempo e Vontade Popular.
O que está em jogo?
Atualmente, a Assembleia Nacional é presidida por Juan Guaidó, do Vontade Popular, que em janeiro de 2019 chegou a se autoproclamar presidente da República da Venezuela. Conforme divulgado pelo site RTP Notícias, há acusações de que o sistema venezuelano mudou regras para as eleições como manobra para tirar o opositor de Maduro do posto.
Acusação, aliás, que foi tornada pública por Andrés Caleca, ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). “A lei fundamental é violada por todos os lados, em matéria eleitoral, com esta convocatória”, disse durante entrevista à emissora Caracas Rádio.
Anderson Scardoelli, Revista Oeste