O que a oposição ao País ainda não percebeu: existe uma conjunção de fatores que não permitirá que o Brasil perca o terreno conquistado nos últimos anos.
Atenção: este é um texto resultante de extensa pesquisa que foi resumido para vocês. Ainda assim é longo (cerca de 2600 palavras ou 5 folhas de Word). Você pode ler e eu recomendo, mas também pode ouvir o áudio (podcast) cujo acesso está no final desta página).
Mas leia ou ouça: ele pode te dar uma visão do Brasil e dos Brasileiros que talvez você nunca tenha pensado ou nunca contaram para você...e isso pode mudar sua compreensão da história!
Vamos lá?...
Gosto especialmente de iniciar meus textos com uma pergunta que possa promover uma “pausa” refletir... e assim ter consciência de onde estamos e para onde vamos.
Assim, pergunto a vocês: que fatores tornam esse momento único e mágico na história Brasileira dos últimos 520 anos?
Vamos lá pense um pouco... 5 minutos.
Pensou? E a que conclusões chegou?
Sim, você está certo... os brasileiros já não podem ser enganados tão facilmente como o eram no passado, mas creia que isso é apenas o ponto de partida para o que quero colocar para reflexão e que vai representar um novo e inexplorado patamar para o Brasil...
Algo que vai mudar o Brasil, a sua vida e a de todos os brasileiros natos e por adoção...
UM POUCO DE HISTÓRIA
Embora haja controvérsias (e há muitas), essa história começa quando os exploradores portugueses aqui desembarcaram e se depararam com esse belo “continente” (sim, um Brasil com dimensão continental) e uma população indígena estimada entre 2 a 6 milhões (historiadores falam em 3.2 milhões), vivendo em perfeito equilíbrio e harmonia com a natureza, na sua própria terra.
Sim, esses eram os primeiros brasileiros, vindos da Ásia (assim como as tribos Americanas), pelo Estreito de Bering em algum momento da idade média, segundo estudos que realmente fazem sentido.
Tinha início aí, em 22 de abril de 1500 (mesmo que estudos relatem que o navegador Espanhol Vicente Pinzon desembarcara em Pernambuco em 26 de janeiro de 1500) o início da ocupação brasileira pelos Portugueses, inicialmente... os primeiros EXPLORADORES do Brasil.
Mas o que é relevante nessa história é que a EXPLORAÇÃO DO BRASIL e, por consequência dos brasileiros nesse caso os índios (e de outros “brasileiros” que viriam depois), tinha início nessa data e assim começava um processo de subserviência que não cessaria jamais ao longo da história pelos próximos 5 séculos... sob diversos formatos:
Capitanias Hereditárias; Ciclos de Exploração das Riquezas e da Terra dos mais diversos como dos Metais; do Pau Brasil; da Cana de Açúcar... do Café e assim por diante.
Ou seja, o Brasil tornava-se prisioneiro em sua própria terra e era condenado a Modelos de Exploração, diferentemente do que ocorreria nos EUA que mesmo tendo a presença inicial dos Exploradores Espanhóis (1526), passou por diversas razões à época, por um Modelo de “COLONIZAÇÃO”, principalmente envolvendo Ingleses e Franceses que Imigraram para lá levando suas famílias, suas técnicas, ferramentas, conhecimento e o sonho de construir uma NOVA SOCIEDADE com oportunidades para todos.
Isso portanto, fez toda a diferença se comparamos com o que ocorreu no Brasil (etnicamente classificado como “Povos Novos”) em relação aos EUA (etnicamente classificado como “Povos Transplantados”).
E mesmo que exista outras variáveis, a principal razão para o desenvolvimento dos EUA e o subdesenvolvimento do Brasil nos primeiros séculos foi sem dúvida o fato do Brasil ser alvo permanente de EXPLORAÇÃO e os EUA de COLONIZAÇÃO e que, ao fazer uma independência de fato, assumiu o seu destino com Liberdade, algo que permanece impresso em sua constituição que continua a mesma e mais importante: é respeitada.
A EXPLORAÇÃO ENDÊMICA E A SUBSERVIÊNCIA SISTÊMICA
O Brasil, explorado desde o descobrimento como falei, desenvolveu por parte dos exploradores, toda sorte de sutilezas para perpetuar os privilégios de uma elite, no caso Oligarquias que foram sendo constituídas e que foram determinantes no processo de “independência” (1822); no movimento abolicionista (1888) e até desembocar na “República” (1889) e de todas as CONSTITUIÇÕES que foram “gestadas” desde então e que sempre estiveram a serviço das Oligarquias e de Grupos de interesse.
Nesse aspecto, os interesses corporativos passaram por ajustes de altíssima sofisticação, mas o fato é que o modelo de Exploração e Subserviência foi sempre preservado, mesmo sendo a “antítese” dos preceitos que deveriam nortear/caracterizar uma República Federativa proclamada, como citei, em 1889 e onde o poder deveria “pertencer” ao povo e o parlamento exerceria, em nome dele, o papel de gerenciar seus interesses e inclusive, fiscalizando e “limitando” o poder executivo em termos de desvios, como os que vimos serem cometidos pelos Governos Progressistas onde os PODERES DA REPÚBLICA se alinharam para INSTITUCIONALIZAR o verdadeiro saque promovido no BRASIL. E o resto dessa História vocês bem sabem...
MAS O QUE MUDOU E ESTÁ FAZENDO TODA A DIFERENÇA?
Se os Brasileiros tivessem há 30 anos, o nível de informação e o engajamento popular que foi atingido nos últimos 5 anos, certamente o BRASIL seria indiscutivelmente uma das maiores potências Econômicas e Sociais do Mundo (talvez a quarta ou quinta).
Mesmo que aos trancos e barrancos e com tamanha “roubalheira” o País figure em nono lugar dentre os PIBs do Planeta (foi a sétima economia em 2011), só que com uma desigualdade social que o coloca para lá da quinquagésima posição no mundo.
Hoje temos que os países em desenvolvimento ganharão terreno no pós pandemia, cuja primeira projeção estima uma queda em torno de 6% do PIB Global, mas que afetará de forma assimétrica os Países e alguns terão menos capacidade de recuperação que outros, como por exemplo a Argentina, apenas para citar um caso no nosso continente.
E em recente estudo, a Pricewaterhousecoopers projetou para o Brasil até 2050, a posição de quarta economia do planeta, onde teríamos China, Índia, EUA e Brasil.
Mas tudo me leva a crer que isso vai acontecer bem antes do que se projeta e vamos ver isso acontecer bem diante de nossos olhos pois esse estudo não considerava fatores como uma Pandemia com a paralização global da atividade econômica e as pressões para uma sociedade “low touch”, para dizer o mínimo.
Mas quando falamos em mudança, me refiro ao BASTA que foi sendo construído nos últimos anos com o APOIO FUNDAMENTAL das Redes Sociais e que trouxe à população um NOVO PATAMAR de empoderamento que não tem mais volta.
Esse poder que elegeu BOLSONARO apenas para citar uma das muitas consequências direta, representa um fator de ENGAJAMENTO e conscientização que deu voz à sociedade brasileira, que assim segue firme para RECICLAR PROFUDAMENTE O BRASIL pelo Voto e pela exigência intransigente dos preceitos constitucionais, inclusive provocando mudanças e ajustes no seu texto, que são necessários e que se farão com a renovação gradativa das casas políticas.
Esse EMPODERAMENTO não é fruto de algo aleatório, mesmo que as Redes tenham sido determinantes para que ele se materializasse.
As REDES que são IMPARÁVEIS, não importa as tentativas desesperadas para tentar enfraquece-las ou mesmo tolher seu poder exponencial de expressão, são uma ferramenta de algo que é resultado de vários outros fatores SINCRONICAMENTE alinhados ao longo de um longo aprendizado que, no mínimo vem do sofrimento histórico que foi imposto aos Brasileiros ao longo de 5 séculos de EXPLORAÇÃO e SUBSERVIÊRNCIA por uma elite que agora tende a se desintegrar como estamos vendo: a sociedade brasileira está promovendo essa desintegração.
DA UTOPIA À REALIDADE - ALGUNS FATORES RELEVANTES
Em um de meus artigos recentes, comentei o prazer que tive em compartilhar, há cerca de 20 anos, um projeto com um grande ser humano: me refiro ao Joãosinho Trinta (*), um Brasileiro cuja importância vai muito além de sua OBRA ESPETACULAR dentro da cultura sob a forma de festas populares e que foram sim, também uma forma de elaborar e distribuir uma mensagem subliminar ou mesmo direta sobre verdades que sempre tentaram nos esconder ardilosamente, me refiro àqueles que representam o “Mecanismo” que mantem o Establishment íntegro e “rodando” e que sabemos a quem representam, mas não custa citar:
Oligopólios; Monopólios; Carteis diversos; Certos Grupos de Mídia ; Crime organizado; Interesses globais; Partidos Políticos e enfim, as estruturas de poder que parasitaram o Brasil e a sociedade brasileira desde sempre e que tem várias ramificações como sabemos hoje, graças às redes informacionais e à manifestação espontânea da sociedade e do bom jornalismo, além de movimentos como a Lava Jato que o “sistema” tenta desesperadamente enfraquecer ou extinguir.
O Establishment nas últimas décadas se utilizou do aparelhamento cultural e de um discurso monolítico, que usou a mídia contaminada para estabelecer o segregacionismo; a ideologia de gênero, a distinção de classe social e racial de tal forma que isso permitisse, e permitiu, a fragmentação social que nos manteve isolados uns dos outros e assim, deixando de utilizar conscientemente a força que o engajamento social poderia produzir.
Isso funcionou perfeitamente por muito tempo, mesmo que uma revolta latente fosse sendo acumulada e viesse à tona com o surgimento das redes sociais, onde os tabus e as opiniões foram postos à mesa e, mesmo de forma atabalhoada a sociedade começou a questionar as “verdades absolutas” do politicamente correto e do comportamento subserviente, como sendo o padrão e o normal e que agora tentam chamar de “novo normal”: o do distanciamento social...
só que se esquecem que o distanciamento social não inibe a aproximação digital..., mas essa é uma outra longa conversa sobre o tema “digitalização social” que também é um risco iminente.
A Utopia da Raça Síntese:
Nas longas conversas que tive com o Joãosinho, dentre outras tantas coisas, havia uma questão na qual ele era bastante enfático e me refiro à sua visão de que os Brasileiros eram especiais, segundo ele por representar uma raça sínteses única no planeta, fruto sincretismo religioso e da miscigenação de povos muito heterogêneos, mas complementares, que passaram a coexistir e se aglutinar: uma visão Gestáltica onde 2 + 2 são mais do que 4.
Me refiro à interação e integração de Índios; Afro descentes; europeus; asiáticos... ou seja, Vermelhos, Negros, Pardos, Brancos e Amarelos e, apenas nessa visão inicial já notamos uma rica AQUARELA RACIAL no Brasil. Essa fusão Racial, segundo ele, teria produzido e vem produzindo a chamada “RAÇA SÍNTESE” que ele chamaria de “RAÇA NEO ARIANA” e aí temos a UTOPIA da RAÇA SINTESE proposta por ele.
Mas UTOPIA à parte, que no Caso do Joãosinho parece se linkar à UTOPIA do Político Mexicano José de Vasconcelos, a qual ele chamou de “RAÇA COSMICA” e cujo epicentro seria o BRASIL, onde temos também a ACALOURADA DEFESA do Filosofo (e Político) Darcy Ribeiro na sua principal obra O POVO BRASILEIRO onde ele chama o BRASIL de a “NOVA ROMA” (um contraponto socialista)...
Mas UTOPIAS a parte e com base na DISTOPIA SOCIALISTA PROGRESSISTA da qual fomos vítimas (e de certa forma ainda somos pois o aparelhamento tem um efeito residual), além da DISTOPIA COMUNISTA GLOBALISTA que vemos no horizonte, o BRASIL tem como prioridade capitalizar objetivamente a reconquista da AUTO ESTIMA e uma nova visão do PODER DA NACIONALIDADE.
É importante entender que a UTOPIA sonhada e defendida pelo Joãosinho, que afirma que a ALEGRIA é a “energia do terceiro milênio”, referindo-se a uma das características marcante dos Brasileiros, não pode estar mais certa como sabemos.
É sem dúvida uma realidade e se soma ao conjunto de aspectos peculiares de um povo que merece ser o senhor do seu destino.
Essa sociedade, absolutamente multicultural com traços adquiridos ao longo do tempo desse imenso caldeirão de culturas, pela coexistência e compartilhamento criam de fato, um povo diferente que produz um rico Tecido Social que foi sendo constituído e que nos trouxe a este MOMENTO ESPECIAL de redefinição do BRASIL e da SOCIEDADE BRASILEIRA jamais visto e que até então não se manifestara de forma tão coesa e consciente como agora.
Como uma discussão que envolva fatores como Etnia, Raça e Nacionalidade pode ser um tema vasto vou me ater a alguns fatores derivados que representam um importante ponto de análise para entender o momento e, mais importante: o movimento.
Pense nos sobrenomes de pessoas que você conhece, gosta ou acompanha...
Quantos desses sobrenomes carregam aspectos genealógicos globais?
Sim, o Brasil se tornou uma espécie de Torre de Babel só que com uma diferença: são fruto de um processo que trouxe para o Brasil povos de muitos lugares, com diferentes culturas, conhecimento e características interessantes que formam o caldeirão a que o Joãosinho chamou de RAÇA SINTESE... mas são BRASILEIROS nativos ou por adoção e isso faz toda a diferença.
Sim, estamos falando de nacionalidade ... de ser brasileiro.
“A nacionalidade é uma das maiores vantagens competitivas do Brasil. O Brasil é o único país onde uma pessoa não tendo nascido aqui, se torna brasileiro em até 5 anos, o que não ocorre em nenhum país do mundo”, disse Peter Drucker o pai da administração, pouco antes de nos deixar à véspera de completar 96 anos, com perfeita lucidez.
Ou seja, o Brasil ao franquear ao mundo a “nacionalidade” brasileira, permite que qualquer pessoa que deseje possa se tornar um brasileiro de fato, o que é segundo ele “uma grande vantagem competitiva” do Brasil.
Pense em ser Americano, Inglês, Japonês, Espanhol... nesses países não tendo nascido lá. Sim, em nenhum outro país do mundo você encontra uma nacionalidade aberta como no Brasil. Pense nisso...
Vou desenvolver um pouco mais esse tema em outros textos... talvez contando como os diversos núcleos de imigrantes foram sendo formados desde a “abertura dos portos pela família Real em 28 de Janeiro de 1808 (até então a Imigração para o Brasil era vedada pelo Estado) e que acelerou o movimento que veio a constituir a base do Povo Brasileiro que conhecemos hoje.
MAS O QUE EU TROUXE PARA A DISCUSSÃO COM ESSE TEMA?
Se por um lado, as nossas origens de Exploração X Colonização nos submeteram por séculos à formação de uma SOCIEDADE DOMINADA E EXPLORADA com baixíssima auto estima, temos a visão multifacetada, da nossa Nacionalidade miscigenada tendo como características: Alegria/humor; resiliência; intuição; criatividade e sentido forte de nacionalidade que pode ser vista como a argamassa que produziu um MOVIMENTO DE ENGAJAMENTO inusitado: estamos falando do AGORA.
Esse movimento que ECLODIU NAS REDES e que parte de uma visão clara de que é hora do BASTA e que o BRASIL PERTENCE AOS BRASILEIROS e ainda, que merecemos enquanto sociedade, muito mais do que nos permitiram obter, me refiro ao que nos foi negado por um processo destrutivo e CRIMINOSO DE CORRUPÇÃO e pela usurpação de poder por parte de Grupos que até então não eram contestados e assim, se perpetuavam no poder... poder em todos os sentidos, como sabemos.
A liberdade representa a matéria prima essencial da Felicidade nos foi negada por séculos...
E foi sim, um sentimento de NACIONALIDADE compartilhada que nos trouxe a este momento especial e único de nossa história.
Como resultante também de algo que trouxe para as Terras Tupiniquins, além de Portugueses, povos de todas as partes do planeta como Espanhóis; Italianos; Alemães; Sírios Libaneses; Japoneses; Coreanos; Franceses e muitos outros que se tornaram Brasileiros e fazem parte dessa importante construção que é a SOCIEDADE BRASILEIRA com sua exuberância étnica e cultural e um sentimento que jamais se viu na nossa história.
Com isso quero deixar claro para aqueles que insistem em não ver:
O TEMPO DA SUBSERVIÊNCIA ACABOU
O BRASIL está em definitivo sendo resgatado pela sociedade Brasileira, mesmo que isso seja um processo longo, sofrido ..., mas que já começou e não tem volta!
EXISTE ALGO QUE NÃO SE PODE MAIS IMPEDIR:
A ENERGIA DESCOMUNAL que nos trouxe de volta a AUTO ESTIMA e o sentimento de NAÇÃO que nos permite lutar em defesa de nossos ideais.
(*) Este Artigo é especialmente dedicado ao grande Brasileiro João Clemente Jorge Trinta (Joãosinho Trinta 1933-2011) que, dentre tantos outros, nos deixou um legado extraordinário em termos de Auto Estima, Patriotismo e Brasilidade.
Confira:
JMC Sanchez
Articulista, palestrante, fotografo e empresário.
Jornal da Cidade