Ex-ministro da Justiça afirma que o integrante do STF chegou a tomar decisões favoráveis à operação
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes se tornou “crítico feroz” da Operação Lava Jato com o passar do tempo. Ao menos essa é a visão do ex-juiz federal e ex-titular do Ministério da Justiça, Sergio Moro.
Integrante do governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro até abril, Moro citou o integrante da Suprema Corte brasileira ao enfatizar que, ainda na função de magistrado, se pautou por questões técnicas para divulgar a conversa telefônica entre Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não houve nenhuma decisão política”
“Não houve nenhuma decisão política”, disse Moro sobre a divulgação da conversa de Dilma e Lula. Na ocasião, em maio de 2016, a petista indicou que um interlocutor entregaria determinado documento a seu antecessor — que era cogitado para assumir a Casa Civil e, assim, ter direito ao foro privilegiado.
“O que ocorreu foi a percepção de que estava em curso o movimento de obstrução da Justiça. Até mesmo o ministro Gilmar Mendes, que hoje tem sido crítico feroz da Lava Jato, reconheceu [a decisão técnica sobre a divulgação da conversa entre Dilma e Lula] numa decisão de mandado de segurança e suspendeu a posse do ex-presidente Lula como ministro”, afirmou Moro durante evento online realizado na noite de hoje.
Anderson Scardoelli, Revista Oeste