O Conselho Nacional do Ministério Público deve arquivar a denúncia de Lula contra Deltan Dallagnol por causa do uso de um powerpoint no caso do triplex. O julgamento será nesta terça (25).
Em setembro de 2016, os procuradores da Lava Jato, sob a liderança de Dallagnol, convocaram uma entrevista coletiva para falar do processo contra o petista.
Colocaram o nome dele em um círculo com vários outros em volta com palavras como "enriquecimento ilícito", "mensalão", "José Dirceu", "expressividade" e "vértice comum".
A torcida do Flamengo já sabia que o celerado era o chefe da organização criminosa que assaltou Petrobras, Eletrobras, BNDES, fundos de pensão, Correios...
A defesa de Lula recorreu ao conselho, que fiscaliza a atividade de procuradores. O caso foi pautado 43 vezes, mas nunca foi julgado.
Entrou na pauta de hoje, e deve ir para o arquivo por duas razões: as punições mais leves para ele, como advertência ou censura, já prescreveram.
Restaria a possibilidade de abertura de investigação para o afastamento de Dallagnol da carreira.
Mas a medida, que já era considerada drástica, não poderia também ser aplicada.
Para isso, o procurador precisaria ser reincidente, ou seja, já ter outras punições em sua ficha.
Dallagnol tinha –ele já sofreu advertência por ter dito que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aparentavam agir com leniência diante da corrupção.
Na semana passada, no entanto, o ministro Luiz Fux, do próprio STF, suspendeu a pena para efeito de reincidência em novos julgamentos contra o procurador.
O arquivamento será mais uma vitória para a força-tarefa da Lava Jato no Paraná, que já viu suspensos outros julgamentos do CNMP contra seus integrantes.
Com informações da Folha de São Paulo