Com um discurso de mais de uma hora no gramado da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerrou a convenção republicana na noite desta quinta-feira com ataques renovados a Joe Biden. O republicano apresentou Biden como uma ameaça à nação e disse que a possível eleição do democrata significará insegurança, aumento de desemprego e o fim do sonho americano.
“Biden não é o salvador da alma americana, ele é o destruidor dos empregos americanos, com o risco de ser o destruidor da grandeza americana”, disse Trump.
O discurso foi feito no gramado da Casa Branca, em um evento para cerca de 1,5 mil pessoas, a maioria sem máscaras. A mistura entre governo e campanha política foi recorrente na convenção republicana, com uso da residência oficial do presidente em três dos quatro dias do evento de campanha. Republicanos soltaram fogos ao final do discurso do presidente.
PARA ENTENDER
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O argumento central do republicano, ao falar da crise atual, é o de que ele pode colocar os EUA nos trilhos da prosperidade econômica que o país vivia antes do vírus chinês, covid-19, e a eleição do democrata significará desempregos. “Nós vamos novamente construir a maior economia de nossa história”, disse Trump.
O presidente também argumentou que seu governo passou “os últimos quatro anos tentando reverter o dano causado por Biden nos últimos 47 anos”.
Ao falar sobre a estratégia para vencer a pandemia, Trump acusou Biden de planejar uma "paralisação dolorosa no país inteiro" o que, segundo ele, irá custar perda devastadora de empregos. "O plano do Joe Biden não é uma solução para o vírus, é uma rendição para o vírus", disse Trump.
Durante uma hora e dez minutos, Trump vinculou o nome do democrata a uma suposta agenda de esquerda radical. “Em nenhum momento os eleitores enfrentaram uma escolha tão clara entre dois partidos, duas visões, duas filosofias ou duas agendas. Essa eleição vai decidir se salvamos o sonho americano ou se deixamos uma agenda socialista demolir nosso querido destino”, disse Trump.
Trump afirmou que se a oposição ganhar o poder, o governo irá demolir os subúrbios -- onde vive a classe média americana --, confiscar armas e nomear juízes que vão "varrer" liberdades constitucionais.
A fórmula da campanha de Trump, apresentada nas quatro noites de convenção, é a mesma adotada em 2016: a do ataque e acusação de que a oposição representa uma agenda de esquerda radical. Há quatro anos, a retórica surtiu efeito contra Hillary Clinton.
Nestes quatro anos, Trump reduziu o desemprego nos EUA a 3,5%, o mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial. O vírus chinês detonou a economia americana, que se recupera nos últimos meses, com o rertorno do empreso.
“Os EUA não são uma terra envolta em trevas. Os EUA são uma tocha que ilumina o mundo inteiro”, disse Trump, ao rebater Biden. Na semana passada, ao aceitar a nomeação, o candidato democrata prometeu ser um “aliado da luz” para tirar o país de uma “época de escuridão”.
Tensão racial
Desde que protestos contra o racismo e violência policial se espalharam pelo país após o assassinato de George Floyd, em Mineápolis, em maio, o governo Trump tem adotado o discurso da "lei e da ordem". Em tom inflamado, ele já chamou os manifestantes antirracismo de radicais, anarquistas, saqueadores ou bandidos, um tom que repetiu nesta noite. “Seu voto decidirá se protegemos os americanos que cumprem a lei ou se damos rédea solta aos violentos anarquistas, agitadores e criminosos que ameaçam nossos cidadãos”, afirmou.
"A esquerda radical vai tirar recursos da polícia em todo o país. Ninguém estará seguro nos EUA de Biden. Meu governo sempre apoiará policiais", disse Trump, que afirmou que seu governo "continuará a apoiar" policiais. "Se o Partido Democrata quer ficar ao lado de anarquistas, agitadores, desordeiros, saqueadores e queimadores de bandeiras, isso é com eles. Mas eu, como seu presidente, não farei parte disso. O Partido Republicano continuará sendo a voz dos heróis patrióticos que mantêm a América segura e saúdam a bandeira americana", disse Trump
Com informações de Beatriz Bulla, O Estado de S.Paulo