Plano de Desenvolvimento do Semiárido prevê investimentos privados por contratos de concessão para transpor águas de bacias doadoras para o Rio São Francisco
A Casa Civil está com o Plano de Desenvolvimento do Semiárido (PDS) em mãos. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) encaminhou a proposta, que aborda a transposição de bacias doadoras para o Rio São Francisco, para ser incluído ao Programa Pró-Brasil, conforme antecipou Oeste. O custo total estimado é de US$ 22,4 bilhões, mas a ideia é tocar a infraestrutura por meio de concessões.
A proposta é convergente com outras articulações em estudo dentro do governo, como o Sertanejo Forte, defendem técnicos do governo engajados com o PDS. A ideia central é transpor as águas das bacias de Furnas, do Rio Parnaíba, do Rio São Marcos e do Rio Tocantins para o Velho Chico por meio de contratos de concessão pública.
A transposição de bacias doadoras para o São Francisco viabiliza, portanto, a “garantia do suprimento hídrico para o semiárido”, destaca o documento do PDS, obtido com exclusividade por Oeste. Da segurança hídrica, algumas metas são traçadas. Entre elas, destaca-se o crescimento econômico e social da região.
Os investimentos de aproximadamente US$ 22,4 bilhões foram calculados com base em um estudo feito pelo Banco Mundial, em 2002. Mas técnicos envolvidos avaliam que, no cenário atual, os valores podem ser pouco menores. Não muda o fato de que a concessão do subsistema de distribuição e captação do sistema de abastecimento hídrico para uso múltiplo das águas do Velho Chico custariam algo na faixa de US$ 16 bilhões.
Desenvolvimento
O desenvolvimento propiciará, assim, a “melhoria do nível de vida da população com a criação de milhões de empregos, geração de renda e difusão de bens de consumo”, destaca um trecho. “A preservação ambiental, especialmente nas área de caatinga, garantindo a manutenção da biodiversidade”, sustenta outro.
Além disso, o plano objetifica gerenciar o potencial hídrico fundamentado na “utilização racional da água, evitando o desperdício, gerando energia elétrica e permitindo a irrigação e outros usos”. “O fortalecimento da infraestrutura em regiões menos favorecidas. E o adensamento da malha intermodal de transporte, permitindo o escoamento da produção e facilitando as comunicações e ainda a criação de oportunidades de investimentos privados”, sustenta.
Rodolfo Costa, Revista Oeste