A Microsoft e a Tesla divulgaram nesta quarta-feira (22) os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre, com ganhos acima das expectativas dos analistas.
O lucro por ação ajustado (EPS na sigla em inglês) da empresa criada por Bill Gates encerrou o período em US$ 1,46, diante do US$ 1,37 esperado pelo mercado. A receita cresceu 13% em relação ao mesmo período de 2019, atingindo a marca de US$ 38 bilhões.
“Os últimos cinco meses deixaram claro que a intensidade da tecnologia é a chave para a resiliência dos negócios. As organizações que constroem sua própria capacidade digital se recuperam mais rapidamente e emergem dessa crise mais forte”, disse Satya Nadella, CEO da Microsoft.
A receita da unidade de negócios “Produtividade e processos de negócios” da Microsoft, que inclui produtos office para empresas e pessoas, e a linha Dynamics, de softwares para gestão, atingiu US$ 11,75 bilhões, um pouco abaixo das estimativas de US$ 11,9 bilhões.
A empresa afirmou que as compras de licença continuam desacelerando, principalmente em pequenas e médias empresas.
O LinkedIn, que pertence à Microsoft, também foi impactado negativamente pela crise no mercado de trabalho e pela redução dos anúncios publicitários, apesar de a rede social ter aumentado sua receita em US$ 181 milhões em relação ao mesmo período do último ano.
Um dia antes da divulgação dos resultados trimestrais, o LinkedIn informou que demitiria cerca de 6% de sua força de trabalho global, por conta da pandemia. Durante o anúncio, o executivo-chefe Ryan Roslansky disse que a empresa forneceria seguro saúde por um ano para os funcionários dos EUA.
Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, a Microsoft colhe alguns frutos com boa parte das empresas adotando o home office. Alguns dos seus produtos, como o aplicativo de bate-papo do Microsoft Teams e o serviço de nuvem do Microsoft Azure, cresceram durante o período.
Os negócios “Intelligent Cloud” da Microsoft, que incluem produtos de servidor e outros serviços em nuvem, renderam US$ 13,37 bilhões em receita, com destaque para a Azure, que teve um crescimento de 47% na receita em comparação com o mesmo período do último ano.
Após a divulgação dos resultados, as ações da Microsoft caíram 2,66%, para US$ 206 por ação, nas negociações do after-market.
Tesla
Situação oposta ao que aconteceu com a Tesla, de Elon Musk, que saltou até 7% no after-hours após anunciar a maior sequência de lucros da história da empresa.
A fabricante de carros autônomos e elétricos reportou uma receita de US$ 6,04 bilhões entre os meses de abril e junho de 2020, superando a expectativa dos analistas, que esperavam US$ 5,4 bilhões. A companhia ainda anunciou um lucro por ação de US$ 2,18, ante os US$ 2,03 esperados.
O lucro líquido ficou em US$ 104 milhões, ante prejuízo de US$ 408 milhões no segundo trimestre de 2019. Foi o quarto trimestre consecutivo em que a empresa registrou lucro.
Em meio às medidas restritivas para impedir a propagação do novo coronavírus, que resultaram na paralisação da produção de sua fábrica nos EUA, a companhia superou as estimativas de entrega de veículos no segundo trimestre – o que fez as suas ações atingirem altas recordes em julho.
A especulação de que seus papéis poderiam ser adicionados ao índice de referência S&P 500, após um ano inteiro de lucratividade, também contribuiu para as constantes crescentes.
“A produção de nossas instalações existentes continua melhorando para atender à demanda e estamos adicionando mais capacidade. No final deste ano, vamos construir três fábricas em três continentes simultaneamente”, informou a companhia.
Musk, presidente-executivo da Tesla e dono de parte das ações companhia, qualificou-se para receber uma fatia de dividendos inédita, no valor de US$ 2,1 bilhões, seu segundo pacote de remuneração da fabricante de carros elétricos desde maio.
Pablo Santana, InfoMoney