WASHINGTON | REUTERS
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, anunciou nesta terça-feira (21) uma recompensa de US$ 5 milhões (R$ 26 milhões) por informações que levem à prisão do presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, Maikel Moreno.
Washington também impôs sanções a Moreno, um aliado do ditador venezuelano Nicolás Maduro, por suposto envolvimento em corrupção, impedindo que ele e sua esposa viajem para o território americano.
Pompeo afirmou que, no exercício do cargo, o juiz "recebeu subornos em dinheiro ou em propriedades para influenciar o resultado de casos civis e criminais na Venezuela".
Em 2017, os Estados Unidos incluíram Moreno e sete outros membros da Suprema Corte da Venezuela em uma lista negra, congelando seus ativos nos EUA e proibindo os americanos de fazer negócios com eles.
A decisão foi uma punição pelo órgão anular os poderes da Assembleia Nacional, na qual a oposição havia conquistado maioria nas últimas eleições parlamentares.
O Ministério da Comunicação de Caracas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Os EUA e dezenas de outros países, incluindo o Brasil, reconhecem o líder da oposição Juan Guaidó como presidente da Venezuela, considerando a reeleição de Maduro em 2018 ilegítima. Mesmo com a pressão internacional, o ditador permanece no poder, apoiado pelas Forças Armadas e por Rússia, China e Cuba.
A medida anunciada nesta terça é mais uma na escalada da campanha do governo Trump para derrubar o regime chavista.
Numa rara decisão contra um líder de Estado, os EUA anunciaram neste ano uma recompensa por informações sobre o próprio Maduro —o valor pode chegar a US$ 15 milhões (R$ 77 milhões).
Washington ofereceu ainda US$ 10 milhões (R$ 52 milhões) por informações sobre o número dois do regime, Diosdado Cabello, e sobre Tareck El Aissami, ministro do Petróleo.
Os parlamentares chavistas Luís Parra, Jose Noriega, Franklyn Duarte, Jose Brito, Conrado Perez, Adolfo Superlano e Negal Morales também se tornaram alvo de sanções americanas.
Em janeiro, eles empregaram soldados para impedir Guaidó de acessar o Congresso por tempo suficiente para que o PSUV, partido de Maduro, apontasse o deputado Parra como líder do Parlamento, cargo ocupado até então por Guaidó.
Reuters