quarta-feira, 29 de julho de 2020

Bolsa fecha com alta de 1,4% após decisão do Fed; dólar fica a R$ 5,17

A decisão do Fed de manter as taxas de juros no nível atual, agradou os investidores nesta quarta-feira, 29, que esperavam desde ontem pela informação. Em resposta, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou com alta de 1,44% aos 105.605,17 pontos. A decisão também teve impacto positivo no dólar, mas a moeda acabou por zerar as perdas ante o real para fechar com alta de 0,30%, a R$ 5,1729. Na última terça-feira, 28, as expectativas já eram altas pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de manter entre 0% e 0,25% ao ano as taxas de juros dos Estados Unidos. Também ajudou a melhorar ainda mais o ânimo do exterior, a fala do presidente da entidade monetária, Jerome Powell, que reforçou o compromisso em apoiar a economia e disse que "o Fed vai limitar danos e garantir uma recuperação forte para os EUA". "Houve pontos positivos e outros nem tanto na fala de Powell, mas a franqueza com que trata as questões é algo que só reforça a credibilidade e a confiança do mercado", observa Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. Entre os pontos menos favoráveis, Arbetman aponta a percepção de Powell de que a situação da economia se mantém "extraordinariamente incerta" e que recuperação total é improvável até que a população se sinta mais segura. Com o fechamento desta quarta-feira, o Ibovespa, principal índce de ações do mercado brasileiro, se aproxima um pouco mais do nível de encerramento de 4 de março, então aos 107.224,22 pontos. Ele agora acumula ganho de 3,15% na semana e de 11,10% em julho, superando o avanço de 10,25% em abril, que havia sido o melhor do atual ciclo de recuperação. No ano, cede 8,68%. Na sessão de hoje, os ganhos se mostraram bem distribuídos pelos setores, como commodities - destaque para alta de 4,33% da Vale e e de 5,69% da CSN, e bancos, liderados pelo Santander, com ganho de 3,51%. Também subiram Natura, com 6,73% e Cyrela, com 4,83%. No lado oposto, Minerva caiu 4,41% e Cielo, 3,52%, com balanços divulgados depois do fechamento de ontem, e Gol cedeu 3,30%. Já no noticiário local, chamou a atenção o anúncio do Banco Central, que lançará cédulas no valor de R$ 200, ilustradas pela imagem do lobo-guará. A previsão é de que a nota entre em circulação a partir do fim de agosto. De acordo com a diretora do BC, Carolina Barros, a pandemia levou a um aumento da demanda da população por dinheiro em espécie. "De março a junho, o papel moeda em poder do público aumentou em R$ 61 bilhões", disse. Câmbio A divulgação do comunicado teve impacto limitado no câmbio, com oscilações pontuais, embora as bolsas tenham registrado máximas, aqui e nos EUA. "Como esperado, o Fed não fez mudanças de política e nem no texto principal do comunicado", destaca o economista-chefe da consultoria Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson. Com as declarações, o dólar ganhou força ante moedas emergentes, enquanto o ouro teve nova tarde de recordes. Antes moedas fortes, a divisa americana seguiu em queda, testando os menores níveis desde o começo de 2018. Contudo, a incerteza com o crescimento de casos de covid aqui e no exterior tem levado os investidores estrangeiros a retirar recursos do Brasil, contribuindo para pressionar ainda mais o câmbio. Na máxima do dia, a moeda subia a R$ 5,1839, uma valorização de 0,52%. Já o dólar para agosto fechou com valorização de 0,41%, a R$ 5,1710./LUÍS EDUARDO LEAL E ALTAMIRO SILVA JÚNIOR O Estado de S.Paulo