Pesquisa DataPoder360 mostra que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem 43% de aprovação e 46% de desaprovação. A avaliação positiva da administração federal teve alta de 3 pontos percentuais em relação ao último levantamento, realizado há 15 dias, de 6 a 8 de julho, quando era de 40%.
Há 6 semanas, o governo era rejeitado por 50% e aprovado por 41%. A diferença era de 9 pontos. Hoje, a rejeição recuou para 46%, e a aprovação foi a 43%. Ou seja, o gap caiu para 3 pontos. A pesquisa foi realizada de 20 a 22 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais
A alta na aprovação do presidente ocorre no período em que Bolsonaro evita falar à imprensa e fazer ataques a adversários e a integrantes dos outros Poderes da República. O chefe do Executivo está em isolamento por estar com covid-19. Foi diagnosticado em 7 de julho. De lá para cá, já fez mais 2 exames. O último, realizado na 2ª feira (21.jul), também deu positivo.
A desaprovação do governo oscilou dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais. Há 15 dias, 47% rejeitavam o governo. Há 30 dias, eram 50%.
A pesquisa foi realizada de 20 a 22 de julho de 2020 pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 560 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
O quadro acima e outros do levantamento (abaixo aqui nesta reportagem) mostram que a estratégia de Bolsonaro de se manter reservado e distante da mídia tem sido positiva para o governo. Apesar do número de mortos por covid-19 estar ainda em alta diária, parte dos brasileiros parece ter desinflamado certa irritação com o chefe do Executivo.
De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado nessa 4ª feira (22.jul.2020), há 2.227.514 casos de covid-19 confirmados no país. O número de vítimas da doença chegou a 82.771.
ALTA NA APROVAÇÃO NO SUL
A estratificação do levantamento mostra como foi a avaliação do governo Bolsonaro nas regiões do país.
No Sul, houve alta de 7 pontos percentuais na aprovação nos últimos 15 dias. Passou de 39% para 46%. A desaprovação caiu de 52% para 33% em duas semanas. Os indecisos aumentaram: de 9% para 22%. A região é onde Bolsonaro conquistou mais votos proporcionalmente contra Fernando Haddad (PT) na disputa do 2º turno em 2018 (foram 68,3% contra 31,7%).
O governo federal não é aprovado por 54% no Nordeste e por 51% no Sudeste. Chama a atenção, entretanto, que a taxa geral de rejeição à administração de Bolsonaro tenha recuado de 50% na pesquisa 8 a 10 de junho para 46% agora.
Considerando a renda dos entrevistados, a avaliação da administração federal continua bem entre os mais pobres. A taxa de aprovação mais alta (48%) é entre os desempregados e sem renda fixa –justamente quem recebe o auxílio emergencial. No entanto, a desaprovação por esse grupo aumentou 5 pontos. De 34% para 39% em 15 dias.
TRABALHO DE BOLSONARO
O DataPoder360 também perguntou o que os entrevistados acham do trabalho de Bolsonaro como presidente: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. A avaliação positiva do desempenho pessoal de Bolsonaro teve variação para cima, dentro da margem de erro. Há duas semanas, era de 29%. Passou para 30%.
O percentual dos que consideram o desempenho do presidente “regular“ foi de 20% para 23%.
A rejeição manteve a trajetória de queda dos últimos 30 dias. O percentual daqueles que consideram a atuação do chefe do Executivo como “ruim” ou “péssimo” é de 43%. Teve queda de 3 pontos em relação ao último levantamento, feito de 6 a 8 de julho.
- Quem mais aprova e rejeita?
- Avaliam positivamente – homens (34%), moradores da região Centro-Oeste (36%), os que possuem só o ensino fundamental (35%) e desempregados e sem renda fixa (33%);
- Avaliam negativamente – mulheres (47%), moradores do Sudeste (50%), pessoas com ensino superior (62%) e os que recebem mais de 10 salários mínimos (60%).
Leia a estratificação completa no infográfico abaixo:
ESTRATIFICAÇÃO POR RENDA
O quadro a seguir mostra como cada classe socioeconômica avalia o presidente. Bolsonaro mantém uma estabilidade na avaliação positiva entre os mais pobres.
O percentual dos desempregados e sem renda fixa que consideram o governo como “ótimo” ou “bom” teve variação dentro da margem de erro. Passou de 34% para 33% nas últimas duas semanas.
Em 30 de junho, o presidente anunciou a prorrogação do auxílio emergencial. A 4ª parcela de R$ 600 começou a ser paga na última 2ª feira (20.jul). Saques e transferências só serão liberados em 25 de julho. De acordo com a Caixa, o governo já liberou R$ 182,7 milhões para 65,3 milhões de beneficiários.
Aqueles que recebem de 5 a 10 salários mínimos passaram a avaliar melhor o trabalho do presidente. Há 15 dias, 22% dessa parcela diziam que o desempenho do militar era “ótimo” ou “bom”. Agora, são 29%. A rejeição desse grupo caiu de 58% para 49%.
OS 23% QUE ACHAM REGULAR
O DataPoder360 ainda mostra como se posicionam os que acham o trabalho de Bolsonaro regular (23%). O cruzamento dos dados indica que nesse grupo 51% aprovam o governo. A percepção positiva desse grupo teve alta de 9 pontos em 15 dias. Antes, eram 42%.
Os que dizem desaprovar o governo somam 26%.
Sabrina Freire, Poder360