sexta-feira, 24 de julho de 2020

A ditadura e o AI-5 estão de volta ao Brasil

É o que lamentam internautas
ditadura e ai-5 - stf
Foto: CANVA
“Ditadura do STF. A realidade é essa. Acordem”. Com essas três frases, a analista política e colunista da Revista Oeste Ana Paula Henkel se posicionou contra o desdobramento de decisão tomada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal. Sob ameaça de multa, Facebook e Twitter bloquearam hoje perfis de 17 investigados no criticado inquérito das fake news.
Ana Paula não é, entretanto, a única pessoa a se referir à decisão de Moraes como indicativo de que a ditadura volta a rondar o país. Por meio de postagens no Twitter, milhares de internautas estão indo pela mesma linha de raciocínio. O termo aparece, por exemplo, na lista de assuntos mais comentados entre usuários da plataforma no Brasil na noite desta sexta-feira, 24.
Entre os internautas falando em ditadura está Paulo Ganime. Deputado federal pelo Novo do Rio de Janeiro, ele não falou diretamente do STF, mas registrou a sua crítica de forma indireta. Nesse sentido, citou um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL). “‘A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer’. Ruy Barbosa disse isso há mais de 100 anos, mas ela nunca foi tão atual como hoje”, destacou o parlamentar.
“Impedir de falar é coisa de ditadura”
Apresentador da rádio Jovem Pan, Paulo Mathias não mencionou nenhum escritor, mas colocou o seu ponto de vista a repeito da situação. Conforme sinaliza, o STF não respeitou os valores democráticos. “Investigar é algo comum num Estado Democrático de Direito. Impedir de falar é coisa de ditadura. Simples assim”.

AI-5

Além de “ditadura”, outra palavra que faz referência a período não democrático ganhou vez no Twitter nesta noite. Isso porque internautas denunciam que a decisão de Moraes se assemelha ao Ato Institucional número 5, o AI-5, instrumento implementado pela ditadura militar brasileira em 1968. Fora as ironias feitas por alguns internautas, há quem reclame da situação — como o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR).

, Revista Oeste