segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Otimismo sobe! Dólar cai abaixo de R$ 4 e Bolsa opera próximo aos 108 mil pontos

Semana é marcada pela expectativa

 do investidor por nova queda na Selic

e o interesse internacional, que 

esquenta com a aproximação do 

megaleilão do pré-sal



Com expectativa de uma nova queda na taxa básica de juros Selic, na próxima quarta, 30, e o interesse do investidor internacional, que já se movimenta em virtude do megaleilão do pré-sal, dia 6 de novembro, o dólar opera nesta segunda-feira, 28, abaixo dos R$ 4. A Bolsa repetiu a marca de 108 mil pontos alcançada pela primeira e até então única vez na última sexta-feira, 25. A previsão é de que o giro alcance R$ 16,5 bilhões até o fim do pregão.



Painel Bolsa de Valores B3
Painel Bolsa de Valores B3 
Foto: Renato Cerqueira/Futura Press

Às 11h17, a moeda americana era cotada a R$ 3,97, queda de 0,82% na comparação com o real. Isso mesmo em um dia até aqui marcado pela valorização do dólar pelo mundo, já que os investidores estão animados com a possibilidade de um primeiro acordo entre os Estados Unidos e a China em sua guerra comercial. Sinal disso é que as principais bolsas americanas abriram o dia em alta (Nasdaq operava nesta manhã em alta de 0,81%).
Por falar em mercado de ações, o Ibovespa tem alta de 0,47%, aos 107,8 mil pontos. Segundos os operadores do mercado, o desafio da Bolsa, agora, é fechar um dia acima dos 108 mil pontos. Na sexta-passada, o patamar foi rompido no meio da manhã, mas não conseguiu se sustentar até o fechamento.  
Estreando hoje na B3, as ações da C&A seguiam em alta de 4,06%, enquanto as do banco mineiro BMG registravam leve avanço de 0,04%. A chegada da varejista de moda à bolsa brasileira, com uma cerimônia que reproduziu um desfile de moda, também consolida a presença do setor de varejo no mercado de capitais, ao lado de Renner, Riachuelo e Marisa. C&A era a terceira ação mais negociada do pregão, com 12.106 negócios.
Já o mineiro BMG entra na bolsa avaliado em cerca de R$ 7 bilhões, o que o coloca entre os outros dois bancos já listados com a "pegada" mais digital, o Pan e o Inter, avaliados em bolsa hoje em R$ 4 bilhões e R$ 13 bilhões, respectivamente.

Petrobrás e Vale

Na Bolsa, as ações da Petrobrás tinham leve alta, mesmo com a queda dos preços do petróleo. Os papéis da Vale ON oscilavam ao redor da estabilidade, mesmo com a alta de 1,02% do minério de ferro hoje no porto de Qingdao, na China, fechou em alta de 1,02% nesta segunda-feira, negociado a US$ 90,22 a tonelada, segundo fontes. As ações do Magazine Luiza Cielo, que divulgam resultados do terceiro trimestre amanhã após o fechamento do mercado, se destacam nos extremos da bolsa nesta segunda-feira. Lojas Americanas, que divulga resultados na quarta-feira, registrava alta de 1,47%
Nesse contexto, os bancos, em especial, respondiam por uma boa parcela da alta do principal índice da Bolsa, com o Bradesco PN subindo 2,02%, seguido por Itaú Unibanco PN (+1,28%), BB ON (+1,11%) e Santander Unit (+0,69%). O movimento, segundo Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, faz sentido diante da movimentada agenda econômica e corporativa da semana. "Mas não descarto uma correção. Sustentar os 108 mil pontos ainda depende de muitos fatores", diz Viera, ao se mostrar cauteloso com o viés positivo do dia.
A blue chip Vale, que no início dos negócios subia com o anúncio de retomada de operação da Samarco e alta do minério de ferro no exterior, virou e instantes atrás recuava 0,04%, mostrando volatilidade. Já Petrobras acompanhava o índice, com as ações da estatal subindo 0,38% (PN) e 0,32% (ON), descolando dos preços do petróleo. Em Londres, o Brent para entrega em dezembro recuava 0,68%, após subir por alguns momentos durante a manhã.
Com relação a mineradora, a XP Investments destaca que a Samarco agora detém todas as licenças ambientais necessárias para reiniciar suas operações. "Vemos como um avanço importante para a mineradora", diz. Já a Mirae Asset considera positiva a notícia, mas pondera que o retorno será lento e gradual e não terá impacto na relação oferta e demanda num primeiro momento, "portanto não deve causar pressão no preço do minério de ferro."

Magazine Luiza e Cielo

Se afastando das máximas, Magazine Luiza, que divulga resultados do terceiro trimestre amanhã após o fechamento do mercado, subia 0,67%. Cielo, que também apresenta resultados amanhã, registrava leve queda de 0,13%. "Magazine Luiza deve manter o ritmo de forte alta, com os investidores prevendo crescimento de dois dígitos para a vendas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses). A única ressalva é a consolidação dos números da Netshoes, o que poderia limitar os resultados da empresa. Para a Cielo, por outro lado, a perspectiva é de piora mais uma vez nos resultados do trimestre", observa Rafael Passos, analista da Guide Investimentos.
Volátil, CCR ON virou e há pouco subia 0,12%, em dia de divulgação dos números do terceiro trimestre. A concorrente Ecorodovias, que apresenta dados do trimestre amanhã, recuava 0,71%, com os investidores assumindo uma posição mais cautelosa enquanto aguardam os resultados.

Hypera e Klabin entre as maiores baixas

Hypera, que chegou a figurar entre as maiores baixas, instantes atrás cedia 0,29%, após apresentar balanço do terceiro trimestre na noite de sexta-feira. "O resultado operacional foi mais fraco do que o esperado. Com a recuperação da economia para 2020, esperamos aumento nas vendas, mas um mercado mais competitivo e portanto margens ainda sofrendo com despesas de marketing. No momento mantemos a recomendação neutra", diz a Mirae Asset.
O Citi destacou margens pressionadas no balanço. Do lado positivo, cita o foco em "Sell out", que considera o preço médio de compra pelas farmácias e redes, com alta de 11% na relação anual e de 10% sobre o segundo trimestre. A casa atenta para o fato de que o balanço continua sem uma palavra sobre um eventual acordo de leniência, o que "infelizmente" mantém alguns investidores de lado. 
As units da Klabin, que antes da abertura do mercado anunciou lucro líquido de R$ 207 milhões e Ebitda de R$ 1,396 bilhões (o dobro da média das estimativas), cedia 1,33%. A empresa atribuiu a forte expansão do Ebitda no período, em especial, ao reconhecimento nos resultados deste mês da exclusão do ICMS da base do PIS/Cofins, o que impactou positivamente seu Ebitda ajustado em R$ 620 milhões.
Para o time de analistas da Guide Investimentos, que não descartava uma realização do papel nesta sessão, o resultado não superou a expectativa do mercado. "Vale destacar o menor volume de venda e preço médio do câmbio no trimestre, além do maior custo caixa ajustado, que impactou geração de caixa da Klabin", acrescenta a Guide em nota a clientes.

Agência Estado