NOVA YORK -
Lee Iacocca, o executivo visionário que comandou a Ford e a Chrysler e chegou a personificar Detroit como a fábrica dos sonhos dos americanos, morreu aos 94 anos nesta terça-feira (2) em sua casa, em Bel Air (Califórnia).
Segundo um porta-voz da família, Iacocca teve complicações da doença de Parkinson.
Em uma indústria que produziu lendas, desde gigantes como Henry Ford e Walter Chrysler até o nascimento da linha de montagem, Iacocca, filho de um imigrante vendedor de cachorro-quente, fez história como o único executivo nos tempos modernos a presidir as operações de duas das três grandes montadoras dos Estados Unidos.
Segundo um porta-voz da família, Iacocca teve complicações da doença de Parkinson.
Em uma indústria que produziu lendas, desde gigantes como Henry Ford e Walter Chrysler até o nascimento da linha de montagem, Iacocca, filho de um imigrante vendedor de cachorro-quente, fez história como o único executivo nos tempos modernos a presidir as operações de duas das três grandes montadoras dos Estados Unidos.
Ele era tão admirado que houve até um debate sobre sua candidatura à Presidência em 1988.
Detratores o rotularam de vilão maquiavélico que, em 32 anos de Ford, construiu carros chamativos como o Mustang, estampou capas da Time e da Newsweek e se tornou o presidente da companhia aos 46 anos, para ser demitido em 1978 pelo neto do fundador, Henry Ford 2.
Mas admiradores chamaram-no de líder ousado que caiu de pé após sua demissão, assumiu a Chrysler e restaurou a saúde no que os especialistas consideraram uma das mais brilhantes reviravoltas na história dos negócios.
Ele conseguiu isso com controversa garantia de crédito federal de US$ 1,5 bilhão, conquistada convencendo o governo de que a Chrysler era vital para a economia nacional.
Assumindo o papel de garoto-propaganda, Iacocca tirou a Chrysler de um prejuízo de US$ 1,7 bilhão, em 1980, e a levou a lucrar US$ 2,4 bilhões, em 1984.
Seu livro “Iacocca: Uma Autobiografia” (1984) virou best-seller, com dezenas de milhões de cópias. Ainda atrai os leitores com seu olhar intimista da indústria automobilística, seu elenco de personagens grandiosos, seus relatos sobre a demissão na Ford e seu resgate da Chrysler.
Iacocca deixa duas filhas e oito netos.
Robert D. McFadden, The New York Times