terça-feira, 30 de julho de 2019

Lucro da Apple cai 13% enquanto vendas do iPhone continuam diminuindo

NOVA YORK  -
A Apple informou que seu lucro trimestral caiu 13%, enquanto a titã tecnológica continua lutando com a diminuição dos negócios do iPhone e a desaceleração econômica na China.
A receita subiu 1%, para US$ 53,81 bilhões, nos três meses encerrados em 29 de junho, uma melhora em relação às quedas nos últimos dois trimestres, enquanto o lucro caiu para US$ 10,04 bilhões em relação ao ano passado, informou a Apple nesta terça-feira (30).
A marca compensou uma redução de 12% nas vendas do iPhonedurante o período com o aumento da receita em todas as suas outras áreas de negócios, incluindo iPad e Mac. As vendas de serviços —um negócio observado de perto, que inclui vendas na App Store, pagamentos por celular e seguro de dispositivos— subiram 13% no período,  para US$ 11,46 bilhões, o menor aumento trimestral desde 2015.
Os negócios do iPhone, que registraram vendas de US$ 25,06 bilhões, continuaram pesando nos resultados, à medida que os clientes mantêm seus smartphones por mais tempo e a concorrência aumenta, com as rivais chinesas oferecendo aparelhos de preço mais baixo e ricos em recursos.
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A Apple disse que espera uma receita no atual trimestre entre US$ 61 bilhões e US$ 64 bilhões, acima das expectativas de consenso. No mesmo trimestre do ano anterior, registrou receita de US$ 62,9 bilhões.
As ações da Apple subiram 3,4% após o pregão, para US$ 215,84. Antes do relatório, as ações caíram 0,4% na terça-feira, para US$ 208,78.
desânimo econômico da China também prejudica a Apple, que conta com o país para cerca de um quinto de sua receita. As vendas na Grande China, que inclui Hong Kong e Taiwan, caíram 4%, para US$ 9,16 bilhões.
A Apple reduziu os preços do iPhone na China para ser mais competitiva com aparelhos mais baratos de rivais como Huawei Technologies Co. e Xiaomi Corp., mas sua participação no mercado de smartphones caiu 0,8 ponto percentual, para 5,8%, durante o trimestre de junho, segundo a empresa de pesquisas de mercado Canalys.
Huawei vem conquistando participação de suas rivais na China, incluindo a Apple, anunciando-se como a escolha patriótica dos consumidores chineses dispostos a sopesar a política ao comprar smartphones, disse a Canalys. O governo Trump atacou a Huawei em maio, bloqueando as vendas de tecnologia americana para a gigante chinesa de smartphones.
"Não é uma questão de se, mas quando a Apple será atingida na China", disse Richard Kramer, analista que acompanha a empresa para a Arete Research. "Eles têm uma questão de marca e reputação a enfrentar, graças ao governo Trump e à Huawei."
A Huawei informou nesta terça-feira que sua receita aumentou bastante no primeiro semestre do ano, apesar dos problemas com a lista negra dos Estados Unidos.

Tripp Mickle, The Wall Street Journal