terça-feira, 16 de julho de 2019

Coordenador da Operação Lava Jato na PGR pede demissão do cargo. Demora no envio da delação de Léo Pinheiro ao STF seria um dos motivos. Autoridades do Judiciário e do Legislativo citadas...

O procurador José Alfredo de Paula Silva, coordenador do grupo de trabalho da Lava Jato na PGR (Procuradoria-Geral da República), pediu demissão do cargo na sexta-feira (12).
Em ofício, Silva justificou a decisão de deixar a gestão de Raquel Dodgepor causa de questões pessoais.
A saída de Silva era esperada para setembro, quando termina o mandato de Dodge no comando da PGR. A antecipação pegou colegas de surpresa.
O procurador comandava o grupo de trabalho da Lava Jato desde setembro de 2017, quando Dodge assumiu o cargo.
A informação da demissão foi antecipada nesta terça-feira (16) pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha.
O jornal O Globo atribui a decisão de Silva a um descontentamento com a procuradora-geral por causa do ritmo supostamente lento das investigações.
Um dos episódios que têm gerado críticas a Dodge é a demora para enviar ao Supremo Tribunal Federal a delação do empreiteiro Léo Pinheiro para ser homologada.
O ex-presidente da OAS citou autoridades do Judiciário e do Legislativo em sua delação, mas os relatos só podem ser usados depois da homologação pelo STF.
Ainda segundo o jornal fluminense, outro fato que desagradou Silva é a tentativa de Dodge ser reconduzida ao cargo por fora da lista tríplice.
Ela não disputou a eleição interna realizada no Ministério Público Federal em junho que resultou em uma lista entregue ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) com os três nomes mais votados.
A lista tríplice não tem previsão legal, mas tem sido observada por todos os presidentes da República desde 2003.
Os defensores desse instrumento dizem que ele contribui para garantir a independência da PGR. Bolsonaro não se comprometeu a indicar um nome da lista.

Com Folha de São Paulo