sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Bebianno nega responsabilidade por repasse a candidatas de Pernambuco e isenta Bolsonaro

O ministro da Secretária-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno 05/02/2019 Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O ministro da Secretária-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno 05/02/2019 Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Sob intenso fogo cruzado após receber ataques da família Bolsonaro, o ministro da Secretária-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno , divulgou uma nota nesta quinta-feira negando ser responsável pelo repasse de recursos a candidatas do PSL em Pernambuco. Há suspeita de que as beneficiárias eram " laranjas ". Bebianno diz que o dinheiro chegou às candidatas "por conta e ordem" do diretório local.
"Por todas essas razões, reafirmo que não fui responsável pela definição das candidatas de Pernambuco que foram beneficiadas por recursos oriundos do PSL Nacional", diz trecho da nota.
Bebianno isenta também o presidente Jair Bolsonaro no caso, ressaltando que ele não ocupou cargo diretivo no partido. "Jair Bolsonaro nunca ocupou nenhum cargo de direção no partido, portanto, não tem qualquer relação com outras candidaturas. Responde apenas pela sua própria, como qualquer outro candidato", afirma o ministro.
Na nota, que tem duas páginas de texto e ainda um infográfico no final, o ministro afirma que foi responsável apenas pelas contas de Bolsonaro. Diz que os repasses de 30% dos recursos a candidaturas femininas foram feitos "por conta e ordem" dos diretórios estaduais, que indicavam os candidatos.
"Todos os repasses para os candidatos das eleições proporcionais e aos governos dos estados são realizados pela Executiva Nacional POR CONTA E ORDEM dos diretórios estaduais, que recebem diretamente os recursos em suas contas ou indicam os nomes dos candidatos a serem beneficiados", diz trecho.
Bebianno responde ainda os dois casos específicos apontados pelo jornal Folha de São Paulo de candidatas beneficiadas com recursos que seriam "laranjas". Ele diz nem sequer conhecer Maria de Lourdes Paixão e afirma que Érika Siqueira foi assessora do PSL e já trabalhava no partido há vários anos quando ele assumiu de forma interina o comando, em fevereiro do ano passado. Ele afirma que o dinheiro destinado a elas foi destinado por decisão do diretório do PSL em Pernambuco e ressalta que o atual presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar, confirmou isso em entrevista.
"As candidatas Maria de Lourdes Paixão e Érika Siqueira Campos receberam recursos para sua campanha POR CONTA E ORDEM do Diretório Estadual do PSL em Pernambuco, conforme confirmado pelo atual presidente do PSL Nacional, Luciano Bivar", afirma o ministro.
Ele conclui a nota afirmando ter compromisso com o combate à corrupção: "Reitero meu incondicional compromisso com meu país, com a ética, com o combate à corrupção e com a verdade acima de tudo".

Eduardo Bresciani, O Globo