Para tentar manter de pé o discurso de que o PT não trabalha com um plano B para a corrida presidencial, a direção do partido adotou o discurso de que o ex-prefeito Fernando Haddad será vice da chapa somente "até a regularização situação judicial" do ex-presidente Lula. A presidente da legenda, Gleisi Hoffamnn, afirmou que Manuela D´Ávila, do PCdoB, ocupará o posto futuramente. Reservadamente, petistas admitem que Haddad será o substituto de Lula.
— Discutimos uma estratégia de participação em que até a regularização da situação judicial a vocalização da campanha do presidente Lula seria feita através de um companheiro do PT. Então, decidimos conjuntamente, PT e PCdoB, de colocar neste momento como candidato a vice-presidente da República o companheiro Fernando Haddad para fazer a representação do presidente até tão longo se estabilize a situação do presidente Lula. A partir de amanhã, já iniciamos a pré-campanha com Haddad e Manuela saindo pelo Brasil — afirmou Gleisi, já na madrugada desta segunda-feira.
A dirigente petista ainda destacou que Lula referendou o convite a Manuela.
— Quero dizer formalmente que o presidente Lula pediu que eu convidasse o PCdoB para integrar a sua chapa fazendo o convite para Manuel D´Ávila ser a candidata a vice-presidente.
No pronunciamento, Gleisi se queixou do que chamou de "reinterpretação" da legislação eleitoral para obrigar as coligações a definirem a formação das chapas até a data final de convenções, encerrada neste domingo.
— Sempre os partidos políticos tiveram a oportunidade até a data de registro da candidatura de fazer os ajustes nas chapas. Isso é uma realidade política do nosso país. Nós entendemos que interpretação de técnicos do Tribunal foi feita justamente para colocar mais obstáculo à candidatura do presidente Lula. Mas não vamos dar nenhum razão para impedirem o presidente Lula de ter o seu registro no dia 15 de agosto.
Haddad falou rapidamente e evitou se apresentar como candidato. Ele falou apenas em integrar o programa de governo do PCdoB ao do PT.
Já a presidente do PCdoB, Luciana Santos, lamentou o fato de a aliança fechada não abranger também Ciro Gomes, do PDT.
Sérgio Roxo, O Globo