sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Mick Jagge, o grande CEO do rock’n’roll

Crédito: Victoria Will
AUTOCONTROLE Aos 75 anos, Mick Jagger mantém o mesmo entusiasmo nos negócios e no palco (abaixo) (Crédito: Victoria Will)
Antes de mergulhar na vida de sexo, drogas e rock’n’roll que o tornaria multimilionário, pai de oito filhos, e um dos cantores mais famosos de todos os tempos, Mick Jagger era um estudante da Escola de Economia e Ciência Política de Londres (LSE, na sigla em inglês). Ficou apenas dois anos na universidade, entre 1962 e 1963. Mas sua escolha acadêmica não foi obra do acaso. Hoje aos 75 anos e com o título de “sir” concedido pela rainha da Inglaterra, ele construiu uma carreira sólida tanto do ponto de vista artístico como empresarial. Apenas nos últimos 12 meses, de julho de 2017 a julho de 2018, seus rendimentos somaram US$ 58 milhões, segundo levantamento recém publicado pela revista “People with Money”. O valor é a soma dos proventos dos Rolling Stones, banda que ele lidera há 56 anos e que se tornou a mais bem-sucedida de todos os tempos, e dos outros negócios do cantor. Ele tem investimentos em ações, imóveis e restaurantes, uma marca de roupas, outra de vodka, um perfume e uma linha de cosméticos. Apesar da fama de pé frio como torcedor, é dono de um time de futebol em Dartford, sua cidade natal.
Hábito da economia
A boa performance nos negócios é uma marca de Mick como empresário. E há boas razões para isso, como atesta o livro “Como um Rolling Stone”, escrito pelos irmãos Jamil e Joilson Albuquerque, lançado pela Citadel. A obra lista as aptidões que permitiram ao cantor ter se tornado também o grande CEO do rock. O subtítulo é direto: “Entenda a liderança eficaz de Mick Jagger”. 
O personagem-título é analisado a partir das habilidades e competências que todo líder deve ter segundo Napoleon Hill (1883-1970), autor de “A lei do triunfo” (1925) e “Pense e fique rico” (1937), que foi assessor de dois presidentes dos EUA. Mick Jagger possui, segundo o livro, as 17 qualidades do líder, da escolha certa dos parceiros à tolerância, passando por autocontrole, iniciativa, motivação, foco, saber lidar com o fracasso — além do hábito da economia e do uso adequado da imaginação.
Combinar essas características nas doses certas para atingir um objetivo é algo que fez toda a diferença para Jagger e os Rolling Stones. Até porque, no início, o estilo de música da banda não era dos mais apreciados. “Boas bandas surgem às centenas”, afirmam os autores, “mas infelizmente a maioria se esfarela assim que se torna necessário um pouco mais do que talento para seguir em frente”. No comando de uma máquina que movimenta centenas de milhões de dólares, Mick demonstra ter o mesmo entusiasmo do cantor que ainda sobe ao palco sem perder o rebolado.