Operação Decantação foi deflagrada nesta quarta-feira em Goiás, São Paulo e Florianópolis. Esquema criminoso é suspeito de desviar R$ 4,5 milhões
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira o presidente do PSDB em Goiás, Afreni Gonçalves Leite, e faz buscas na sede do partido no Estado. As ações fazem parte da Operação Decantação para desarticular um esquema criminoso suspeito de desviar 4,5 milhões de reais em recursos federais da Empresa Saneamento de Goiás (Saneago). O presidente da empresa, José Taveira Rocha, também foi detido.
Os recursos desviados, segundo o jornal O Estado de S.Paulo, eram oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal e foram usados para pagar propinas e dívidas das campanhas políticas do partido em Goiás. Por isso, a operação é considerada pelos investigadores uma Lava Jato local, justamente por envolver desvio de dinheiro e financiamento de partido político.
Leia também:Janot se enrola ao explicar suspensão da delação de Léo PinheiroMPF quer pena maior para dez condenados da Operação Zelotes
Segundo as investigações, os desvios eram feitos por dirigentes e colaboradores da Saneago que promoviam licitações fraudulentas mediante a contratação de uma empresa de consultoria, que também estava envolvida no esquema de corrupção. Outra forma de atuação consistia no favorecimento pela consultoria contratada pela Saneago a empresas que participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações eleitorais.
Ao todo, cerca de 300 policiais cumprem 120 mandados judiciais, sendo onze de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão na sede de empresas envolvidas e de um partido político, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados.
A ação acontece em Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Formosa (GO), Itumbiara (GO) , São Paulo (SP) e Florianópolis (SC). Também foi determinado o afastamento da função pública de oito servidores e a proibição de comunicação entre nove envolvidos. Eles responderão pelos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios.