O ex-tesoureiro e mais 14 pessoas foram denunciados pela Lava Jato por desvios na construção de Centro de Pesquisa da Petrobras
Mais um ex-tesoureiro do PT que está preso estaria reclamando de abandono pelos colegas de partido. Segundo pessoas próximas a Paulo Ferreira, ele não recebeu nenhuma visita de membros da cúpula da legenda após sua prisão. Na avaliação de dirigentes do PT, dos três ex-tesoureiros presos, Paulo Ferreira é o que tem o maior potencial explosivo. Delúbio Soares e Vaccari seriam mais afinados com o “projeto do partido”. Para evitar que ele acenda o pavio, a executiva nacional da sigla estaria estudando enviar um representante a Curitiba. O que os petistas menos querem agora é que um ex-tesoureiro comece a colaborar com as investigações da Lava Jato. Ainda mais depois da possível delação do ex-marqueteiro João Santana.
Paulo Ferreira e outras 14 pessoas foram denunciadas por corrupção e lavagem de dinheiro pela força-tarefa da Operação Lava Jato nesta terça-feira. Dessa vez, o tema da denúncia é a obra do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras, no Rio de Janeiro, alvo da 31a fase da operação. A investigação revelou que 20 milhões de reais foram desviados do contrato que, celebrado em 2008, atingiu 1 bilhão de reais ao todo. Desse montante, pelo menos 1 milhão teria sido destinado a Ferreira. A Lava Jato descobriu que o ex-tesoureiro do PT teria direcionado o dinheiro sujo recebido a contas de familiares, empresas terceiras, ao blog do advogado Julio Garcia e até mesmo à escola de samba Estado Maior da Restinga, agremiação da zona sul de Porto Alegre onde até mesmo a madrinha de bateria Viviane da Silva Rodrigues e o cantor Sandro Ferraz receberam dinheiro sujo, conforme a delação do ex-vereador petista Alexandre Romano, o Chambinho.
Também foram denunciados nesta terça os empresários Léo Pinheiro, Agenor Franklin Medeiros, Roberto Capobianco, Erasto Messias da Silva Júnior, Genésio Schiavinato Júnior, Edison Freire Coutinho, José Antônio Marsílio Schwarz, Ricardo Pernambuco Júnior, Ricardo Backheuser Pernambuco, Adir Assad, Roberto Trombeta, Rodrigo Morales, o advogado e ex-verador petista Alexandre Romano e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque.