Dyelle Menezes - Contas Abertas

“A meta não era do Ministério. Não posso considerar descumprida uma meta que não era do Ministério”, afirmou Picciani. “O Ministério está satisfeito, tivemos a melhor participação em Olimpíada”. O Plano, no entanto, está no site do Ministério, em um dos primeiro links da página principal.
Para o ministro, o número de medalhas não é o melhor parâmetro para a avaliação do desempenho de atletas brasileiros numa Olimpíada. Segundo ele, apesar de o Time Brasil ter conquistado o maior número pódios nesta edição dos Jogos, deve ser considerado o número de finais que esportistas brasileiros disputaram na Rio-2016: foram 50 finais na Rio-2016, contra 36 em Londres-2012.
“A conquista de uma medalha depende de uma série de fatores, das peculiaridades do dia. Portanto, não podem ser as medalhas o padrão de avaliação de atuação de uma delegação”, ressaltou Picciani.
O Plano Brasil Medalhas foi lançado em setembro de 2012, pela presidente afastada Dilma Rousseff com o então ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Picciani assumiu a Pasta neste ano por indicação do presidente interino Michel Temer, que chegou ao poder após o afastamento de Dilma.
O Brasil não atingiu a meta. Com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze, no entanto, o esporte brasileiro alcançou a melhor participação na história dos Jogos Olímpicos no Rio, ficando de 13ª posição. Foram 19 pódios no total e a décima terceira posição no quadro geral. Do total de medalhas conquistadas, 11 foram inéditas, sendo 10 em modalidades individuais.
Continuidade
De acordo com o ministro, os programas de patrocínio individual de atletas promovidos pelo Governo Federal, como a Bolsa Atleta do ministério do Esporte, estão entre as explicações para os ótimos resultados no Rio. “Dos 465 esportista, 358 (cerca de 77%) recebem Bolsa Atleta e Bolsa Pódio, com investimento de R$ 18 milhões”, disse Picciani.
Ele confirmou a continuidade dos programas para o próximo ciclo olímpico. “Vamos manter a Bolsa Atleta, e vamos buscar mecanismos para que o Bolsa Pódio seja mais eficiente, modalidade a modalidade. É preciso que o esporte seja visto como política pública necessária para o desenvolvimento do país”, afirmou.
Leonardo Picciani ressaltou que o legado das Olimpíadas não será apenas para o Rio de Janeiro, mas para todo o país. “O legado olímpico não está só no Rio. Há equipamentos esportivos em todas as regiões do Brasil. Conseguimos atrair para a realização dos Jogos Olímpicos cerca de 60% de capital privado. O Velódromo, a Arena Carioca 2 e o Centro Olímpico de Tênis farão parte da Rede Nacional de Treinamento”, disse.