segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Medalha de musa do vôlei de praia já é do Brasil

 Fernanda Thedim Veja

Ela vibra, sorri e comemora cada ponto. Com um estilo de jogo vibrante, Ágatha passa para as semifinais e conquista o público da Arena de Copacabana


Ágatha Bednarczuk, atleta do vôlei de praia
Ágatha Bednarczuk, atleta do vôlei de praia (Roberto Souza/VEJA)


Ágatha ou “a gata”. Tanto faz. Aos 33 anos, 1,82 metro e 70 quilos, a jogadora de vôlei de praia já conquistou seu primeiro título nesses Jogos: foi alçada ao posto de musa das areias na Arena de Copacabana. Além da silhueta talhada pelos treinos, o estilo vibrante e carismático de jogo também contou a favor. Em quadra, Ágatha Bednarczuk comemora cada ponto ganho com a euforia de quem fechou uma partida decisiva. Fecha o punho, levanta os braços, abraça a parceira. Chama a torcida a todo tempo para jogar junto com ela e Barbara, brasileiras cotadas como uma das favoritas ao ouro olímpico na Rio 2016.
O charme e a simpatia da atleta paranaense, nascida em Paranaguá, não é visto somente nas quadras. Pouca gente sabe, mas Ágatha também é modelo nas horas vagas. Ela assinou contrato há nove meses com uma das principais agências no Brasil, a Ford Models, que cuida da gestão de imagem de outros atletas de alto rendimento como Alejo Muniz, do surfe, e Fabiana e Camila Brait, do vôlei de quadra. Os estúdios e as passarelas não são exatamente uma novidade para a jogadora. “Já trabalhei como modelo quando era adolescente. Sempre gostei desse universo”, contou Ágatha.
“Cheguei a ganhar um concurso para novos talentos na minha cidade quando tinha uns 13 anos, que me credenciava para participar de um desfile em São Paulo. Só que na mesma data tinha um jogo, e acabei optando pelo vôlei”, explica. Egressa das quadras, Ágatha começou aos 19 anos no vôlei de praia, e há cinco anos formou a dupla que a levaria até a Olimpíada. Ao lado da carioca Bárbara Seixas, ela sagrou-se campeã mundial do último circuito, com três medalhas de ouro ao longo da competição, após uma trajetória nas areias marcada pelos momentos difíceis e a troca de muitas parceiras.
Uma delas foi a medalhista de ouro Sandra Pires, com quem dividiu a quadra em 2005, após os Jogos de Atenas, logo que a campeã olímpica abriu a dupla com Ana Paula. Nas areias de Copacabana, a jogadora tem mostrado todo seu empenho, principalmente no bloqueio. Mesmo frente a barreira formado por outras jogadoras mais altas, o ataque rápido, forte e preciso é outro trunfo de Ágatha que segue, junto com Barbara, na disputa por uma medalha da Rio 2016.
No último jogo, neste domingo (14), elas perderam o primeiro set mas viraram o jogo, vencendo as russas Ukolova e Khomyakova por 2 a 0, parciais de 23/21 e 21/16. Com a classificação para as semifinais, junto com a outra dupla brasileira Larissa e Thalita, que venceram as suíças Heldrich e Zumkehr por 2 a 1, o Brasil já garantiu ao menos um bronze no vôlei de praia nessa Olimpíada.
A brasileira Ágatha Bednarczuk comemora ponto durante as quartas-de-final do vôlei de praia feminino de duplas - 14/08/2016
A brasileira Ágatha Bednarczuk comemora ponto durante as quartas-de-final do vôlei de praia feminino de duplas – 14/08/2016 (Adrees Latif/Reuters)