quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Executivos de jornais debatem em evento em SP desafios do setor

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
São Paulo, SP, Brasil. 23.08.2016. Os executivos de Redacao, Sergio Davila da Folha de S.Paulo, Joao Caminoto do Estado de Sao Paulo, Marta Gleich do Zero Hora e Chico Amaral do O Globo, durante o Painel das Grandes Redacoes" organizada pelo INMA, Conferencia Internacional de Jornalismo, em Sao Paulo. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress) ***EXCLUSIVO***
Os executivos de Redação Sergio Dávila (Folha de S.Paulo), João Caminoto (O Estado de S. Paulo), Chico Amaral (O Globo) e Marta Gleich (Zero Hora)


Folha de São Paulo

Os executivos das principais Redações brasileiras, reunidos pela conferência da Associação Internacional de Mídia Jornalística (Inma, na sigla em inglês), detalharam nesta quarta (23) os desafios que vêm enfrentando e as respostas buscadas.

Marta Gleich, diretora de Redação do "Zero Hora", citou, como "principal movimento até agora" no jornal gaúcho, o lançamento da "superedição de fim de semana", reunindo as edições de sábado e domingo, com ganhos nos custos de logística, por exemplo, sem perda de leitores.

Chico Amaral, editor-executivo de "O Globo", detalhou as mudanças de operação e da própria cultura da Redação neste "momento de transição".
João Caminoto, diretor de Jornalismo de "O Estado de S. Paulo", afirmou que já é possível chegar a algumas "certezas" no debate sobre os desafios dos jornais, mas restam muitas "incertezas".

Entre as certezas, "o bom jornalismo continuará sendo o alicerce" e "o ramo é permeado de dogmas que inibem inovações". Entre as incertezas, citou o modelo de negócios para o setor, ainda em discussão no mundo, e "o futuro do impresso".

Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, concentrou os desafios em cinco principais. O primeiro é identificar o que é crise conjuntural, da economia, e o que é crise estrutural, do próprio setor, para responder com as ações mais adequadas.

Outro é quanto ao tamanho das Redações, que vêm diminuindo. Uma das respostas para a redução, diz ele, é a busca de parcerias de qualidade. O terceiro desafio é a relação com as redes sociais, que precisa ser "mais igual", não pode se restringir à troca de conteúdo por audiência.

Sobre o papel do jornalismo profissional num ambiente digital em que "tudo tem a mesma estridência, tudo é manchete", defendeu priorizar seleção e curadoria.

O quinto e último desafio é modelo de negócios. Dávila diz que trazer mais receitas não é função direta da Redação, mas defendeu "diversificar e ampliar fontes baseadas em conteúdo". Citou experiências bem-sucedidas da Folha com seminários e conteúdo patrocinado.