GUSTAVO URIBE
MARINA DIAS
Folha de São Paulo
MARINA DIAS
Folha de São Paulo
Em reação às críticas da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente interino, Michel Temer, chamou de "oportunistas" aqueles que querem debitar sobre seu governo resultados negativos na geração de emprego e no desempenho econômico.
Em cerimônia de posse de cinco presidentes de órgãos federais, o peemedebista observou que não é culpa da atual administração o número de 11 milhões de desempregados ou a alta da inflação. Ele fez questão ainda de ressaltar que não haverá reduções com despesas em saúde e educação.
"Não falarei em herança de espécie nenhuma. Apenas revelo a verdade dos fatos para que oportunistas não venham debitar os erros dessa herança ao nosso governo", disse.
Em rápido discurso, Temer reconheceu que as medidas econômicas não resolverão a situação do país "da noite para o dia" e que serão precisos "sacrifícios" para "encontrar o caminho para a geração de emprego e o crescimento do país".
"Eu quero registrar, para que não tenha exploração, que os percentuais referentes a saúde e educação não serão modificados", disse o peemedebista, em referência a projeto da fixação de teto para gastos públicos que será enviado ao Congresso Nacional.
O presidente interino ironizou também o discurso de aliados de Dilma de que o impeachment tinha o objetivo de frear a Operação Lava Jato.
"Quero revelar pela enésima vez que ninguém vai interferir na chamada Lava Jato. Não haverá a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo", disse.
A declaração ocorre após a queda de dois ministros que, em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, fizeram críticas às investigações da Polícia Federal.
O ex-ministro Romero Jucá (Planejamento) chegou até mesmo a sugerir um pacto para "estancar a sangria" da Lava Jato.
Na cerimônia no Palácio do Planalto, tomaram posse Maria Silvia (BNDES), Pedro Parente (Petrobras), Gilberto Occhi (Caixa), Paulo Caffarelli (Bando do Brasil) e Ernesto Lozardo (Ipea).

















