segunda-feira, 11 de abril de 2016

Prove ser a favor do impeachment, Marina: convença Molon

Com Blog do Felipe Moura Brasil - Veja

Deputado da Rede ("ex"-PT) quer afastamento 

de Cunha, mas não o de Dilma Rousseff



montagem Molon



A desculpa esfarrapada de que respeita a pluralidade de posicionamentos é apenas a forma oportunista de Marina Silva de ficar bem na fita com o povo ao mesmo tempo em que se exime da responsabilidade de convencer deputados governistas da Rede a votarem pelo afastamento de Dilma Rousseff.
Líder das pesquisas de intenção de voto, Marina sempre preferiu a cassação da chapa de Dilma e Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral, com a consequente perda do mandato de ambos seguida da antecipação das eleições presidenciais que ela quer e se julga capaz de vencer.
Agora, a ex-candidata derrotada em 2014 apenas adaptou seu velho discurso, oferecendo esse apoio meia-boca ao impeachment desde que o TSE dê prosseguimento às ações pela cassação da chapa que possam eventualmente derrubar Temer, mesmo que já empossado presidente.
Este blog também é a favor da continuidade das ações, mas só acredita que Marina é a favor do impeachment se ela convencer seu correligionário Alessandro Molon a votar pelo afastamento de Dilma.
O suposto ex-petista usa até delações baseadas no “ouvi dizer” para exigir o afastamento do réu Eduardo Cunha, ainda não julgado pelo Supremo Tribunal Federal, mas alega, à moda Folha de S. Paulo, que “crime de responsabilidade”, cujo julgamento é feito pelo Congresso, “teria que ser inquestionável para haver impeachment” da suposta presidente.
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Só uma mente petista, avessa à luz da razão a despeito do atual partido, pode considerar questionável, especialmente após a divulgação dos dados do Banco Central sobre as “pedaladas fiscais”, tamanho crime de responsabilidade de Dilma ao mascarar o déficit das contas públicas, o que resultou no aprofundamento da crise econômica, com inflação, desemprego e, claro, cortes bilionários de investimentos, inclusive nas áreas de Saúde e Educação.
Dilma forçou bancos federais a emprestarem 60 bilhões de reais ao governo em período eleitoral e gastou boa parte da fortuna em programas eleitoreiros que sabia que não teriam continuidade justamente por falta de dinheiro em decorrência da dívida acumulada pelos sucessivos empréstimos contraídos com a Caixa Econômica Federal, o BNDES e o Banco do Brasil – dívida esta que Dilma continuou deixando de pagar em 2015, reincidindo no crime.
pedaladas folha
De quebra, como ressaltou o relator da comissão do impeachment Jovair Arantes ao abrir a sessão desta segunda-feira, cabe aos deputados avaliar apenas se há indícios suficientes de crime de responsabilidade para a instauração do processo no Senado, onde se dará o julgamento propriamente dito de Dilma.
Isto significa que, ainda na hipótese patética de um deputado considerar questionável a existência do crime diante dos indícios patentes, obviamente ele deve (ou deveria) votar pelo autorização do julgamento.
Portanto, deixe de ser mole, Marina. Convença Molon.